Saiba o que realmente significam os rótulos “zero açúcar” e descubra como escolher alimentos e bebidas de forma mais saudável e consciente
Por Jonatas Magno
Os alimentos zero açúcar estão cada vez mais presentes nas prateleiras dos mercados e também no armário de quem busca uma alimentação mais saudável. Mas você realmente sabe o que está consumindo? Conhece os detalhes sobre os alimentos e bebidas “zero”? O Receitas traz informações importantes para ajudar você a fazer escolhas mais conscientes.
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para que um alimento traga a alegação “sem açúcar” em seu rótulo, ele não pode conter mais de 0,5 g de açúcares por porção.
No entanto, ao contrário do que muitos imaginam, os alimentos com alegação de “zero açúcar” podem apresentar quantidades elevadas de gorduras saturadas e sódio, segundo a nutricionista Yamila Alves, coordenadora de Gastronomia da UNAMA (Universidade da Amazônia).
“Ao retirar o açúcar, a indústria muitas vezes adiciona outros ingredientes para manter sabor, textura e conservação. Esses componentes, quando consumidos em excesso, podem trazer riscos, principalmente gorduras saturadas, sódio, aditivos e conservantes. Mas o uso regular e diário não deve substituir o consumo de água, sucos naturais e chás sem adição de açúcar. Ou seja: podem ser usadas com moderação, mas não devem ser vistas como bebidas “saudáveis””, disse.
Ainda de acordo com a Anvisa, para que um produto utilize a alegação “não contém adição de açúcares”, é necessário atender a diversos critérios. O alimento não pode conter açúcares adicionados, ou seja, não deve incluir ingredientes compostos por mono ou dissacarídeos, como sacarose, lactose, glicose, xarope de glicose ou açúcar invertido.
Além disso, os ingredientes utilizados no produto também não podem conter açúcares incorporados. Isso significa que, caso haja adição de ingredientes compostos, estes não devem ter recebido mono ou dissacarídeos em sua formulação.
O alimento também não pode apresentar a adição de ingredientes que contenham açúcares naturalmente, quando utilizados com a finalidade de conferir sabor doce. Por exemplo, produtos adoçados com sucos integrais de frutas ou mel não podem trazer essa alegação.
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Como diminuir consumo de açúcar: confira dicas — Foto: Receitas
E os alimentos com restrição total de açúcar?
Os produtos com restrição total de açúcar, voltados especialmente a pessoas com diabetes, os chamados produtos diet, o açúcar é substituído por adoçantes artificiais ou naturais de baixa caloria ou sem caloria. Os mais comuns nos rótulos são:
Adoçantes artificiais (sintéticos):
- Aspartame – muito usado em refrigerantes e gelatinas diet; tem poder adoçante mais ou menos 200 vezes maior que o açúcar.
- Acessulfame-K – estável ao calor, aparece em produtos de forno e bebidas.
- Sacarina – mais antiga, poder adoçante mais ou menos 300 vezes maior; pode deixar leve sabor residual metálico.
- Ciclamato de sódio – muito usado em combinação com a sacarina, porque melhora o sabor.
- Sucralose – derivada da sacarose, estável ao calor, usada em biscoitos, bolos e bebidas.
Adoçantes naturais de baixa caloria:
- Stevia (glicosídeos de esteviol) – extraída de planta, considerada natural, sem calorias, muito presente em sucos e chás prontos.
- Taumatina – proteína adoçante natural, embora usada em menor escala.
Alguns produtos light podem usar poliálcoois (poliolóis), que também aparecem em versões diet:
- Sorbitol, manitol, xilitol e maltitol têm calorias reduzidas, não elevam tanto a glicemia, mas, em excesso, podem causar efeito laxativo.
Todos os adoçantes liberados em rótulos de alimentos no Brasil são seguros para a população em geral, mas precisam de atenção especial de:
- Pessoas com PKU (no caso do aspartame).
- Indivíduos sensíveis a polióis.
- Sempre lembrar que adoçantes não são isentos de moderação.
Foto Capa: Reprodução/Freepik
Fonte: https://receitas.globo.com