Plantão Policial

“A tenente só pegou meu filho entre trinta alunos ”, aponta mãe de aluno bombeiro morto

Fotos: Ahmad Jarrah

“No dia ela (tenente) pegou só meu filho, entre trinta e poucos alunos ela só pegou meu filho. Ele disse que estava com muito medo antes do treinamento na lagoa, pois ela pegava ‘no pé’ dele”, relata Jane Patrícia Lima Claro, mãe de Rodrigo Claro, que morreu dias após dar entrada em um hospital depois passar mal em um treinamento do Corpo de Bombeiros, na Lagoa Trevisan, em Cuiabá (MT).

As acusações da mãe e de outros alunos colegas de curso de Rodrigo, são contra a tenente Izadora Ledur – que é responsável pelo treinamento dos novos soldados da corporação. O coronel Alessandro Borges Ferreira, responsável pelo inquérito que vai apurar a fatalidade, confirmou o afastamento temporário de Izadora das funções.

“No início da travessia, pelo que me foi passado pelos colegas, a menos de dez metros que ele estava nadando na lagoa para fazer a travessia, a tenente começou a afogá-lo, segurando na cintura dele e levando para o fundo da lagoa”, afirma Jane Patrícia.

Ainda segundo a mãe, o filho só conseguiu sair da água com o auxílio dos colegas que tiraram Rodrigo da água, mesmo com a tenente o puxando pela cintura para afogá-lo inúmeras vezes.

“Ele estava com outros três colegas e o menino que estava mais próximo era menor, mas ele foi muito forte porque conseguiu trazer meu filho de volta com a tenente agarrada na cintura dele, porque ela queria permanecer com ele no fundo da água. Os colegas conseguiram atravessar com o meu filho e ela a todo momento tomando meu filho dos colegas para afogar ele novamente”, conta a mãe.

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BOMBEIROS

Os processos investigatórios que apontarão o que teria acontecido no dia do treinamento foram iniciados pelo Corpo de Bombeiros. De acordo com o coronel responsável pelo inquérito, Alessandro Borges Ferreira, há a possibilidade de exclusão, dependendo a gravidade do que for apurado.

“Caso seja comprovado os abusos, as penas vão de advertências a até exclusão, dependendo da gravidade dos fatos que a gente apurar. Vai ser um inquérito na busca da verdade dos fatos reais que aconteceram no dia do treinamento. São muitas informações  e algumas denúncias”.

Ainda segundo o coronel, a tenente não participará mais dos treinamentos do pelotão e decisões só serão tomadas após a análise de denúncias e do acumulado de informações.

“A tenente não participará mais do treinamento desse pelotão, até pelo que aconteceu. Mas nós apuraremos o que aconteceu e vamos tomar as devidas providências. Ouviremos todos no processo, testemunhas de defesa e de acusação. Analisaremos provas e o acumulado de informações para, aí sim, tomarmos uma decisão com substância e certeza. Não podemos condenar sem o inquérito concluso”.

O Circuito Mato Grosso entrou em contato com a tenente por meio do seu perfil na internet, mas não obteve resposta.

Raul Bradock

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