Em seu primeiro pronunciamento após a votação na Câmara dos Deputados, que aprovou a admissibilidade de impeachment no último domingo (17), a presidente Dilma Rousseff (PT) fez duras críticas ao processo, lembrando que não há "denúncias de enriquecimento ilícito" contra ela e que também não possui "contas bancárias na Suiça".
Afirmando se sentir "injustiçada", pois o processo de impeachment, segundo ela, "é um processo que não possui base de sustenção", Dilma afirma que a injustiça sempre ocorre quando "se esmaga o processo de defesa, quando se acusa alguém por algo que não é crime ou quando se acusa e ninguém se refere ao problema".
Ela criticou também o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), sublinhando que é "extremamente inusitado, estranho, mas, sobretudo, estarrecedor" que ele "conspire contra a presidente, abertamente". Segundo ela, a atitude do colega de chapa não seria respeitada "em nenhuma democracia do mundo, pois a sociedade humana não respeita traidor".
Dilma Rousseff explicou ainda que "apesar de estar com sentimento de muita tristeza", continuará a lutar pelo seu cargo, "pois tenho força, ânimo e coragem, vou lutar como fiz ao longo de toda minha vida". A chefe do poder executivo nacional disse também que tentará defender seu mandato no Senado, e que esta é uma "luta de todos os brasileiros".