Cidades

A profissão mais triste do mundo

Quer saber qual é a profissão mais triste do mundo? Ela é comum no Japão, país que registra alta expectativa de vida, e concentra expressivo número de idosos.

Funcionários devidamente equipados com máscara, luvas e roupa especial entram nas casas e começam o processo de limpeza. Eles varrem, espantam as moscas que persistem em ficar, jogam fora a comida velha que ficou na panela de arroz, e deixam tudo em perfeita ordem

A descrição parece mais um dia na vida de um profissional da limpeza. A única diferença é em relação ao proprietário: ele está morto. 

A faxina é feita pelo esquadrão da ‘morte solitária’, especializado em limpar propriedades em que idosos foram encontrados mortos após dias, semanas e até meses

A profissão, que causa estranheza no Brasil, tornou-se comum no Japão devido ao grande número de pessoas idosas que vivem sozinhas.

Apesar da polícia retirar o corpo, que muitas vezes está em adiantado estado de decomposição, a maioria das casas mantém sinais de que um dia já há houve vida ali

Há cartas fechadas, pratos sujos com o resto do jantar e calendários antigos espalhados pela casa

Fumaça com inseticida é espalhada pela casa para eliminar as moscas em uma quitinete em Tokyo 

Dezenas de moscas pousam no vidro da janela de um apartamento de um senhor de 85 anos, que estava morto há mais de um mês

Respeito: Hirotsugu Masuda reza antes de entrar no apartamento do senhor de 85 anos, no centro de Tóquio

O banheiro e o ofurô (banheira japonesa) estão imundos, mas a equipe está preparada para deixa-los tinindo

Vizinhos não notaram a ausência do octagenário. Seu banco fez o pagamento do aluguel na data correta, sua família não o visitou, e a única razão que fez o corpo ser descoberto foi o terrível cheiro que perturbou o vizinho do andar inferior

Em um país com rápido envelhecimento, mais pessoas estão morrendo sozinhas, sem ninguém saber, em um país de 127 milhões de pessoas, onde uma em quatro pessoas tem mais de 65 anos. Na foto um pacote de camisinha se destaca entre o pó e a sujeira do apartamento do senhor de 85 anos

As famílias também desempenham um papel fundamental no isolamento destas pessoas

Famílias e proprietários de apartamentos estão cada vez mais recorrendo aos serviços de Hirotsugu Masuda e da sua equipe de limpeza, para dar um jeito no apartamento em que o corpo permaneceu por dias ou semanas

“Nosso serviço está sendo mais reconhecido já que antes não havia este tipo de trabalho”, explica Masuda, cuja equipe é chamada de 3 a 4 vezes por semana no verão, quando os corpos se decompõem com mais rapidez

Com a casa limpa e devidamente arrumada, funcionários rezam e prestam homenagens ao falecido

Fonte: R7

Redação

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