“O sertão está em toda parte, o sertão está dentro da gente. Levo o sertão dentro de mim e o mundo no qual vivo é também o sertão", disse Guimarães Rosa. “O Grande Sertão: Veredas”, publicado em 1956, é uma das obras mais emblemáticas do escritor brasileiro modernista João Guimarães Rosa e uma das mais importantes da literatura brasileira.
O livro “Sertão” (2016) foi publicado pelas Edições Paulinas da Coleção Espaço Aberto. O autor Fábio Monteiro, à semelhança de Guimarães Rosa, faz uma homenagem à vida no sertão. O autor nasceu em Recife-PE e perdeu as contas de há quantos anos mora em São Paulo. Formado em História pela Universidade Federal Rural de Pernambuco, especializou-se na PUC-SP em História, Sociedade e Cultura. Conta histórias verdadeiras para seus alunos, mas inventa algumas outras que se tornam verdades por meio da literatura para a infância e a juventude.
O livro “Sertão” toca os leitores pela singeleza da narrativa, pela árida paisagem sertaneja e pelos encantos de um menino que relata a sua amizade com um pássaro. “Era um sertão. Era um sertão dentro do menino. Era um sertão dentro do pássaro. Era um sertão desfeito no voo do pássaro e no olhar encantado do menino”, diz o autor. Tonho vive no sertão e conhece um pássaro que voa por vários lugares, trazendo a ele realidades diferentes (a chuva, a guerra, a dor) e novas descobertas. O autoconhecimento e as novas descobertas são trazidos pela natureza, assim como a passagem de um mundo estéril a um abundante. “Sertão” reporta-nos aos laços de amizade e à ligação sentimental que se vão construindo no contato. Propõe, também, um modo muito lírico de descobrir realidades diferentes.
A ilustração fica por conta de Mauricio Negro que incrementa o repertório de conhecimentos e detalhes do sertão para despertar o interesse pela leitura.