Opinião

A Pandemia e o WhatsApp

A Covid volta a assombrar o mundo e nos faz lembrar o dano que uma única pessoa mal-intencionada ou mal informada pode fazer a um país. Veja o caso do Trump nos Estados Unidos. Por conta da influência desastrosa dele a nação não avança na vacinação de covid-19 e volta a ter surtos da doença, principalmente nos Estados Republicanos. Lá, embora tenham imunizantes em abundância, conseguiram vacinar só 60% das pessoas, percentual inferior ao do Brasil, que começou a campanha mais tarde.

O Brasil é um país entusiasta das vacinas e o SUS tem uma excelente capacidade de imunizar pessoas rapidamente. Mesmo tendo começado tarde e lutado contra a falta de vacinas nos primeiros meses, tem alcançado razoável sucesso. Já estamos com 65% de vacinados e só não atingimos os 90% necessários para conter a doença, porque o Presidente Bolsonaro – tal qual o Trump – luta quanto pode para boicotar a vacinação e a prevenção.

Por conta da vacina, e a despeito do Presidente, chegamos a menos de 200 mortes por dia, 5% dos 4.000 que já tivemos. Mesmo assim muitos redutos bolsonaristas recusam a imunização, ajudando a manter o vírus circulando. inspiram-se no Presidente que insiste em não se  imunizar.

Fanatismos como esse do Bolsonaro e sua turma, quase sempre florescem onde faltam  informações verdadeiras. No Brasil a desinformação prosperou porque desde o começo deste governo o Presidente ocupou-se em desmerecer a imprensa tradicional, que defendia a vacinação em massa. Ridicularizou os profissionais que trabalham nela e convenceu seus seguidores mais apaixonados a se informarem somente através das mídias sociais. Estas sim, fiéis portadoras das mensagens presidenciais. Aí, usando uma numerosa rede de seguidores, plantou a ideia de que os Jornais e as televisões estavam comprados pela China e que os jornalistas eram “todos comunistas”,  

Essa é uma ideia tão ridícula, que fica difícil crer que tenha alcançado sucesso nos meios desta falsa direita. Principalmente porque, sendo os grupos bolsonaristas mais escolarizados, a tendência seria ter mais acesso à imprensa e portanto, serem menos sujeitos a acreditar em histórias conspiratórias.

Bastaria aos eleitores ler um só jornal diário, principalmente desses que viram a República nascer e com ela a Democracia. Desses que testemunharam a interrupção dela, substituída pela ditadura e voltar depois fortalecida. São jornais que sobreviveram a Presidentes e Ditadores e estão hoje, alguns deles, circulando há mais de 100 anos.

Se os lessem veriam que os bons jornais sempre confirmam as notícias a serem publicadas e que exigem a melhor postura ética de seus funcionários. E, que, se alguns publicam artigos progressistas é por conta da pluralidade que valorizam.

Dedicassem algum tempo a se informarem nas fontes respeitadas, não pensariam que a vacina tem um chip de rastreamento, nem que ela leva à morte. Também refutariam o boato de que ajuda a transmitir a Aids e zombariam daqueles difusores da ideia que diversos países estão superestimando os casos da covid.

Voltando ao começo; uma única pessoa pode fazer um enorme estrago entre seguidores desavisados. Por isso, quem quiser informar-se com segurança, deve buscar veículos tradicionais. Afinal, é muito mais sensato confiar nos profissionais da imprensa do que no Tiozão do Zap.

Renato de Paiva Pereira – empresário e escritor

renato2p@terra.com.br   


 

 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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