Cidades

A era Lucimar Campos na cidade industrial

Foto: Ahmad Jarrah / CMT

Após cinco meses de gestão da prefeita Lucimar Sacre Campos (DEM), os problemas de Várzea Grande ainda estão longe do fim, mas ‘a luz no fim do túnel’ já pode ser deslumbrada pelo cidadão várzea-grandense. A democrata assumiu a gestão no mês de abril, quando a justiça cassou o mandato de Walace Guimarães (PMDB) e seu vice Wiltinho Coelho (PR).

A prefeita, com o peso de carregar e representar a força da família Campos, terá pouco tempo para resolver graves problemas do município. Prova da recuperação atual do município, foi a operação ‘tapa-buraco’ que recuperou parte das ruas que anteriormente estavam intransitáveis. “Essa região aqui estava impossível de se passar, nem a pé conseguíamos andar sem sujar as roupas de lama, ou cair num buraco cheio de agua suja”, disse a aposentada Luci Maria, moradora do bairro Jardim Aeroporto. Atualmente o local citado passou por um recapeamento parcial”, concluiu a moradora do local.

Além disso, seja pelo investimento estadual, seja pela reformulação da guarda municipal e da aprovação do ‘Toque de recolher’ (lei proposta pelo executivo e já sancionada que multa os bares e boates que permanecem abertos após as 23h) a violência na segunda maior cidade de Mato Grosso teve queda considerável.

Lucimar assumiu a prefeitura em pleno caos na Saúde, quando dois escândalos marcaram o município – denunciado na edição 550 do Jornal Circuito Mato Grosso– onde as internações e operações de saúde só eram realizadas com medidas judiciais. Além disso, a notícia nacional de que havia 400 mil medicamentos vencidos nas prateleiras dos almoxarifados da secretaria de saúde.

Em entrevista ao jornal Circuito Mato Grosso, a prefeita falou sobre sua atuação no município e comentou sobre as ações adotadas pela sua gestão. “Nós estamos muito felizes na nossa administração e pela união da nossa equipe, estamos fazendo uma administração popular e comunitária”, comentou a prefeita.

Questionada sobre as ações nas áreas da saúde, Lucimar disse que tentou trabalhar na humanização e na aproximação da gestão com a comunidade. “O remédio está na ponta e nós estamos fazendo a reforma do Pronto Socorro Municipal. Uma das maiores procurações nossas é fazer que esse um ano seja trabalhado por quatro anos”.

Apesar de não ter ou apenas não querer fornecer nenhum dado, a prefeita também comentou sua opinião sobre a segurança: “Nós nos preocupávamos com a segurança no nosso município, resolvemos fazer com que tenha uma nova secretaria – a Defesa Social. E Por meio do Coronel Valter estamos nos empenhando para fazer um planejamento de ações, junto com a guarda municipal”, concluiu.

“A saúde está péssima, a educação também, enfim todos os setores não estão como nós gostaríamos que estivessem, então todos são prioridades”, relatou.

Questionada sobre seu papel como gestora e as alegações de que seu esposo, o ex-senador Jaime Campos (DEM), é o braço forte – Lucimar desviou-se. Em agosto o site Circuito Mato Grosso noticiou as investigações do Ministério Público Estadual (MPE) sobre a possibilidade de usurpação de função. O promotor Luciano André Martinez assinou um procedimento preparatório para o inquérito civil, com a denúncia e um CD que contém a gravação de uma reunião onde Jaime teria prometido reajustes salariais, como se fosse o gestor do município.

O promotor teria 90 dias para decidir se o órgão fiscalizador irá instaurar uma investigação para o caso. De acordo com o MPE, uma perícia irá confirmar ou não a voz de Jayme na mídia e caso seja comprovada a situação o processo poderá ser instaurado.

Dados fiscais

Recentemente a secretaria de Gestão Fazendária de Várzea Grande apresentou os demonstrativos das metas fiscais do segundo quadrimestre do exercício 2015, que reuniu informações dos meses de maio, junho, julho e agosto (este foi o primeiro indicador financeiro da gestão Lucimar Sacre de Campos).

Os números da secretaria indicaram que  houve equilíbrio entre receita e despesa. Na comparação entre o realizado no primeiro quadrimestre deste ano com o consolidado no segundo quadrimestre houve evolução na arrecadação de 8,84%, ao passar de R$ 126,07 milhões para R$ 137,22 milhões.

A arrecadação e a gestão voltada para priorização das áreas essenciais que possuem aplicações constitucionais obrigatórias, a exemplo da saúde pública, que no lugar dos 15% da receita corrente está em 20,88% de aplicação, ou seja, de R$ 21,59 milhões (15%), foram adicionados da receita própria R$ 8,46 milhões que totalizaram um volume de R$ 30,05 milhões (21,88%) no período.

Outro indicador que demonstra os resultados da atual administração pública é a média mensal de arrecadação do exercício 2015, na comparação com os meses (janeiro a dezembro) de 2013 e 2014. Enquanto a média dos outros anos foi de R$ 27,10 milhões e R$ 30,20 milhões, respectivamente, e a de 2015, em apenas oito meses (janeiro a agosto) é de R$ 32,90 milhões.

A receita arrecadada neste 2º quadrimestre cresceu 7,26% na comparação com o mesmo momento do ano passado, ao somar R$ 263,30 milhões contra R$ 245,48 milhões. Como explicou o secretário de Gestão Fazendária, César Miranda, a demonstração dos números em audiência pública atende ao disposto no art. 9º, § 4º da Lei Complementar 101/2000 e as informações municiam órgãos de controle, como o Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Dança das cadeiras

A realidade de caos pode ser exemplificada se relembrarmos o grotesco quadro de gestores que assumiram o Paço Couto Magalhães – sede da Prefeitura da cidade. Em pouco mais de quatro anos que antecederam a gestão de Lucimar, outros seis políticos assumiram o comando do município. Por muitas vezes, a volatização do poder várzea-grandense chegou a causar confusão na população que mal sabia qual era o prefeito que “geria” a cidade em determinados períodos.

Nestes últimos anos passaram pela Prefeitura de Várzea Grande: Murilo Domingos (2005-2011), João Madureira dos Santos (2011), Tião da Zaeli (2011-2012), Antônio Gonçalo Pedroso de Barros (2012), Walace Guimarães (2013-2015) e Jânio Calistro (2015). Tantos nomes para o mesmo cargo, mas nenhum deles conseguiu avançar no quesito melhorias para a sociedade.

A instabilidade administrativa em Várzea Grande começou a se agravar em 2011. Na ocasião, o então prefeito Murilo Domingos (PR) e seu vice, Tião da Zaeli (PSD), foram afastados dos cargos pela Câmara de Vereadores. Com isso, João Madureira dos Santos (PSC), presidente da Câmara na época, assumiu o comando da Prefeitura por pouco mais de 30 dias, já que o juiz José Leite Lindote reintegrou Zaeli ao cargo de vice-prefeito, que assumiu a Prefeitura.

Confira detalhes da reportagem no jornal Circuito Mato Grosso 

 

Ulisses Lalio

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