Política

A ditadura ainda não acabou em Mato Grosso, diz deputado federal

O deputado federal Carlos Veras (PT-PE), titular da Comissão de Direitos Humanos e Minorias na Câmara dos Deputados, usou denúncias de violência no campo em Mato grosso para ilustrar o que ele considera a ocorrência de regime ditatorial no País. Ele diz que os relatos que recebem de lideranças em assentamentos apontam uso da força policial, militar e civil, com tortura e ameaças de morte, na condução de casos de conflito de terra.

“Ouvimos as lideranças do campo e assentados da reforma agrária que fizeram denúncias gravíssimas de ameaças de morte, tortura e grilagem de terra, inclusive por policias civis e militares. Pude perceber que em Mato Grosso a ditadura não acabou ainda. Representantes da segurança pública, que deveriam proteger o cidadão, estão atuando em favor de pessoas vis que se ocupam da terra pública; grileiros que torturam, ameaçam e matam os trabalhadores. Essas famílias estão em verdadeiro estado de desespero e isso não pode ficar assim”, disse.

O parlamentar esteve nesta segunda-feira (5) em Sinop (490 km de Cuiabá) para participar de audiência pública na Justiça Federal. Ele foi acompanhado pelo deputado estadual Valdir Barranco e pela deputada federal Rosa Neide, ambos também filiados ao PT.

Ele disse que conversou com lideranças dos movimentos sociais de luta pela terra no Norte de Mato Grosso, região de destaque na produção agropecuária, além de moradores das regiões sudeste e nordeste. Um relatório do que foi coletado será encaminhado ao presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, deputado Helder Salomão (PT-ES), ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e ao governador Mauro Mendes (DEM).

Valdir Barranco, que já comandou o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) no Estado, avaliou que políticas em favor dos assentados, acampados e membros da agricultura familiar só podem ser construídas com luta e garantia de direitos.

“Em Mato Grosso temos o maior índice de conflitos, chacinas envolvendo trabalhadores rurais. Tanto eu quanto a deputada federal Professora Rosa Neide, estamos acompanhado essas lideranças e reivindicado junto ao governo, Procuradoria-Geral de Justiça, Justiça Federal e Ministério Público Federal providências imediatas. Precisamos expandir dos limites de Mato Grosso e ir até Brasília ganhar maior musculatura para que todos saibam o que está ocorrendo aqui e assim consigamos, unidos, por um ponto final nos conflitos agrários no estado. Quiçá no Brasil”.

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Política

Lista de 164 entidades impedidas de assinar convênios com o governo

Incluídas no Cadastro de Entidades Privadas sem Fins Lucrativos Impedidas (Cepim), elas estão proibidas de assinar novos convênios ou termos
Política

PSDB gasta R$ 250 mil em sistema para votação

O esquema –com dados criptografados, senhas de segurança e núcleos de apoio técnico com 12 agentes espalhados pelas quatro regiões