Acada dez acidentes de trânsito em Cuiabá, em 3 deles, as vítimas não utilizavam cinto de segurança. Os números fazem parte da pesquisa VIVA Inquérito 2017, realizada a cada três anos pelo Ministério da Saúde. O estudo, divulgado no dia 23 de dezembro, mostra que na Capital, o percentual de vítimas que utilizavam o equipamento foi de 65%. Artigo 167 do Código Brasileiro de Trânsito (CTB) destaca que dirigir sem utilizar o cinto de segurança é considerado infração de natureza grave, com multa no valor de R$ 195,23 e mais cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Muito além da punição, já está comprovado que a não utilização do cinto coloca a vida em risco.
Comandante do Batalhão de Trânsito Urbano e Rodoviário da Polícia Militar de Mato Grosso (BPTran), tenente coronel Adão
Cesar Rodrigues destaca que o cinto de segurança é um item obrigatório nos veículos. Ele reforça que o não uso, por
qualquer integrante do veículo, seja motorista, passageiro do banco dianteiro ou traseiro, é passível de multa. A lei estabelece que a punição pode ser aplicada sem que o veículo seja parado para notificação. Neste caso, o agente que detectar a não utilização do equipamento pode multar o condutor.
“Em nossas operações temos intensificado a fiscalização em relação ao cinto. Ele é um item indispensável e salva vidas”, diz. O comandante alerta: quando o cinto não é utilizado, a tendência é os ocupantes da frente serem arremessados em direção ao vidro em caso de acidente. Já os ocupantes traseiros são arremessados contra o banco. A chance de sequelas como traumatismo craniano é real. “Nos capotamentos, quando não há o uso de cinto de segurança, a possibilidade do
ocupante ser ejetado para fora do veículo é grande. Com isso os riscos de sequelas e até mesmo de morte aumentam mais”, diz.
Especialista e engenheiro em trânsito, Eldemir Pereira de Oliveira afirma que as multas são importantes e, em Cuiabá a punição está ocorrendo. Ele reforça que as campanhas orientativas também são essenciais para conscientização das pessoas. Mas, para o engenheiro, é necessário que estes alertas sejam feitos rotineiramente e não apenas em períodos alusivo ao trânsito. “A intensificação das campanhas, seja por veiculação em mídia, seja por meio das redes sociais precisa ser realizada com mais frequência”, diz.
Eldemir confirma ainda que alguns mitos existentes em relação ao cinto de segurança devem ser rompidos. Um deles é o de estar preso ao veículo, seja por não gostar, ou mesmo por entender que o equipamento atrapalha a reação em determinados momentos. “Temos que romper também com a cultura de não dar importância ao equipamento. O cinto é sim importante e tem salvado vidas em acidentes. Ele evita sequelas, minimiza impactos”, ressalta.