Apesar de afirmar que em nenhum momento desconfiou de atos ilícitos na gestão do ex-prefeito Mauro Mendes (PSB), o recém-empossado Emanuel Pinheiro (PMDB) muito provelmente está preocupado com eventuais problemas que possam cair sobre sua cabeça resultante de contratos e licitações com falhas no percurso.
Baixou 13 decretos logo no primeiro dia de mandato, incluindo a suspensão de novas licitações e contratos. E mais: cancelou a licitação do transporte coletivo e pediu auditagem no contrato de concessão dos serviços de saneamento e da PPP da iluminação pública. Afinal, Mauro Mendes insistiu até conseguiur, nas últimas semanas do seu mandato, contratar um consórcio da Bahia por R$712 milhões para instalar lâmpadas de LED nas ruas da Capital. É bom Pinheiro ficar de sombracelhas em pé mesmo.
Em Recife (PE), por exemplo, o ex-prefeito João Paulo Lima e Silva (PT) e o atual vice-prefeito da capital pernambucana, Luciano Siqueira (PC do B), que ocupava o mesmo cargo na outra gestão, foram condenados pela Vara dos Crimes Contra a Administração Pública e a Ordem Tributária por burlar a Lei de Licitações entre 2002 a 2004. Ainda cabe recurso da decisão.
No mesmo processo, o juiz Honório Gomes do Rego Filho condenou também a ex-chefe de gabinete do petista e dois assessores da prefeitura. Os cinco pegaram três anos e cinco meses de reclusão e terão que pagar multa.
Segundo a denúncia, os acusados dispensaram procedimentos licitatórios. Entre os anos de 2002 a 2004, a Prefeitura do Recife contratou a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) para realizar consultoria e implantar a modernização em 15 secretarias.