Dois estrangeiros foram detidos no aeroporto de Ataturk, em Istambul, por suspeita de envolvimento com o ataque à boate Reina, segundo a France Presse e a Reuters. Um atirador matou 39 pessoas e feriu 69 durante a festa de Réveillon, no domingo (1º). Ao menos 12 pessoas suspeitas já foram detidas.
Na segunda-feira (3), a polícia turca divulgou a foto do principal suspeito de ser o atirador que invadiu a badalada discoteca. Ele foi identificado como Lakhe Mashrapov, de 28 anos e natural do Quirguistão, informou a rede de televisão pública da Turquia "TRT". O Estado Islâmico reivindicou a autoria do ataque.
A imagem mostra o suposto autor do massacre na Praça Taksim, segundo a Associated Press. Não ficou claro, no entanto, se o registro foi feito antes ou depois do ataque à discoteca.
Nesta terça, as buscas pelos suspeitos se intensificaram. Nesta terça, a rede britânica BBC disse que 12 pessoas foram detidas enquanto a rede americana CNN fala 14.
A polícia investiga se ele pertence à celula terrorista que promoveu o ataque ao areoporto de Istambul em junho de 2016, segundo a BBC.
Segundo o jornal "Hurriyet", as investigações apontam que o terrorista veio da Síria para a Turquia, se estabelecendo em novembro de 2016 na cidade de Konya, no centro do país. Ele estava acompanhado de sua mulher e de dois filhos.
Familiares do suposto autor do atentado estão sob custódia das autoridades turcas, de acordo com a Efe. A polícia não divulgou a identidade deles.
Ataque
Os tiros começaram por volta da 1h30 da madrugada de domingo na Turquia (20h30 de sábado em Brasília), enquanto ao menos 700 de pessoas estavam no estabelecimento.
A emissora NTV noticiou que o atirador havia disparado entre 120 e 180 vezes durante sete minutos provocando o pânico, fazendo com que algumas pessoas se jogassem nas geladas águas do Estreito de Bósforo para escapar do massacre, de acordo com a France Presse.
Vítimas
Pelo menos a metade dos mortos seria de origem estrangeira: um cidadão belga-turco, uma israelense, três jordanianos, três libaneses, vários sauditas, um líbio, dois indianos, dois marroquinos, uma franco-tunisiana e um tunisiano. Já entre os feridos estariam pelo menos quatro franceses e outros quatro marroquinos.
Ano violento
A Turquia se despediu de forma violenta do ano de 2016, marcado por uma onda de atentados atribuídos ao Estado Islâmico e aos rebeldes curdos, um golpe de Estado fracassado, as consequências da repressão do governo e o envio de tropas ao norte da Síria.
Apesar do massacre, a Turquia se mantém decidida a prosseguir com sua ofensiva contra o terrorismo no norte da Síria, segundo declarou um porta-voz de Ancara, Numan Kurtulmus, segundo a France Presse.
Estado de emergência
O parlamento turco vai debater e votar o prolongamento estado de emergência por três meses, afirmou o primeiro-ministro, Binali Yildirim, segundo a Reuters.
Implementada logo depois da tentativa de golpe de 15 de julho, a determinação permite ao governo ignorar o parlamento na promulgação de novas leis além de limitar ou suspender os direitos civis quando julgar necessário.
Fonte: G1