Cidades

Pais se reúnem para defender diretora que teria negado vaga à autistas

Foto Willian Matos

Cerca de 50 pessoas, entre pais de alunos, professores e ex-alunos se reuniram nesta quarta-feira (28), na Escola Municipal de Cuiabá Madre Marta Cerutti, para defender a diretora Miraci Rodrigues de Oliveira. A diretora foi acusada de discriminação por alguns pais de crianças autistas. Miraci teria negado vagas a crianças com autismo, mesmo antes de abrir o período de matrícula.

Mãe do primeiro aluno autista da unidade, Irene Auxiliadora, conversou com a reportagem do Circuito Mato Grosso sobre o desenvolvimento do filho, que estudou por sete anos na unidade. Ela explica que o filho é hiperativo, com atraso na linguagem e na coordenação, mas agora “está quase 80% beleza”.

Irene afirma que a escola foi um divisor de águas na vida do filho, após passar por diversas escolas privadas e que não conseguiram fazer com que seu filho aprendesse. “Foram os anjos da guarda na vida do filho. Eu amei o interesse da professora Miraci em querer saber tudo sobre ele e me deu aquela força total”, defendeu Irene, que é funcionária pública estadual aposentada.

A recepcionista Nívian Fernanda, 33, avalia que de todas as escolas que a filha passou não proporcionaram um bom desenvolvimento para ela, o que foi encontrado na escola Madre Marta Cerutti. Nívian esclarece que a filha nunca sofreu qualquer discriminação por parte da diretora e professores.  “A adaptação dela foi muito boa, teve muito desenvolvimento nesse ano. Ela também é muito querida por todo mundo aqui”, defendeu.

Alguns pais interromperam suas atividades no período de férias para se juntar a manifestação em favor da diretora, como é o caso da advogada Terezinha Machado Rezende e do esposo, Ricardo Andrade, que é empresário. Eles relatam que ficaram ‘indignados’ com o pedido de afastamento da diretora e classificaram a ação como uma ‘injustiça’. O casal explica que, na primeira vez que foram à escola, também não conseguiram vaga para a filha de nove anos, que é autista, mas que “aguardaram o momento exato da vaga”.

“Nós estamos muito satisfeitos com o trabalho da diretora, a recepção e a maneira dela tratar os pais, com o mesmo carinho com que ela trata as crianças. Isso tudo ajuda no desenvolvimento das crianças, não só das crianças especiais, como de todas das outras”, explicou a advogada, ressaltando ainda que a filha teve um desenvolvimento ‘irreparável’, desde que se matriculou na escola municipal.

Já a diretora da unidade, Miraci Rodrigues de Oliveira, disse se sentir ‘lisonjeada’ em ver a comunidade escolar defendendo o trabalho realizado por ela e pelos profissionais que trabalham na unidade. “Eu tenho uma história na escola e com a comunidade. Eles sabem como funciona o colégio, aqui é parceria total”, disse Miraci.

Ela ainda mostrou documentos em que comprovariam que uma das mães, que reclama do tratamento recebido pela diretora, teria assinado um documento afirmando que não iria poder levar a filha na sala multifuncional e que ela ‘teria suspendido remédios da paciente por contra própria’. “O processo que eles levantaram, eles vão ter que responder primeiro para Deus. Não tem uma verdade ali e ela vai ter que pagar por isso”, afirmou a professora Miraci Rodrigues.

A diretora ressaltou que a Escola é referência para atender crianças com necessidades especiais, tanto autistas como outras que possuem algum tipo de necessidade. Ela ainda reforça que o trabalho na escola prioriza a integração de todos os alunos, através de atividades lúdicas e brincadeiras. 

Veja maisPais pedem afastamento de diretora de Escola por não aceitar autista

Assista a um documentário produzido pelos professores na Escola:

 

Felipe Leonel

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