Internacional

Alemanha diz que preso pode não ser responsável por ataque em Berlim

O chefe de polícia de Berlim afirmou nesta terça-feira (20) que não está claro se o paquistanês preso após o atropelamento em um mercado de Natal, em Berlim, era o motorista do veículo. Doze pessoas morreram e 48 pessoas ficaram feridas no atentado, na noite de segunda-feira (19).

A polícia e o ministro do interior alemão afirmaram que o suspeito nega o envolvimento no crime.

"Até onde eu sei, não se pode ter certeza de que [ele] era o motorista. Estamos particularmente alertas. Por favor, esteja também alerta", disse o comandante da polícia de Berlim, Klaus Kandt. O procurador-chefe também deixou dúvida se detido teria de fato ligação com atentado. 

"Ele nega o crime. A investigação continua", acrescentou o ministro Thomas de Maizière.

Maizière declarou que o suspeito é "a priori” paquistanês. “Ele chegou na Alemanha, em Saint Sylvestre, em 31 de dezembro de 2015, e foi registrado antes de ir para Berlim em fevereiro", afirmou.

Inicialmente, a polícia tinha informado que o suspeito foi preso após ser perseguido por cerca de 2 km por uma testemunha, que manteve contato por telefone com a polícia, segundo a AFP. "Este corajoso civil nos dá um pouco de alento ao coração", acrescentou Winfrid Wenzel, porta-voz da polícia de Berlim, citado pelo jornal Die Welt.

Para o governo alemão, não há dúvidas de que se trata de um ataque terrorista. O atentado, até a manhã desta terça-feira, não tinha sido reivindicado por organizações terroristas, com o Estado Islâmico.

Críticas contra Merkel
A chanceler alemã, Angela Merkel, mostrou apreensão com a suspeita de que o autor do ataque seja um migrante que solicitava asilo na Alemanha. "Ainda há muita coisa que não sabemos com certeza suficiente, mas precisamos, no pé em que as coisas estão agora, presumir que foi um ataque terrorista. (…) Sei que para nós seria particularmente difícil de suportar se for confirmado que este ato foi cometido por uma pessoa que pediu proteção e asilo na Alemanha", afirmou na televisão, em sua primeira reação após o atentado.

Logo após o ataque, Merkel foi alvo de ataques de adversários devido a sua política de imigração. "Estes são os mortos de Merkel", denunciou em sua conta no Twitter um dos líderes do partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AFD), Marcus Pretzell, segundo a  France Presse.

"A Alemanha não é mais segura" face "ao terrorismo do Islã radical", acrescentou outro membro da AFD, Frauke Petry, questionando a decisão do chanceler de abrir as portas do país para os migrantes.

Apenas em 2015, a Alemanha recebeu 1,1 milhão de solicitantes de asilo, que fugiam da guerra e da pobreza, originários principalmente do mundo muçulmano. Os migrantes não param de chegar as suas fronteiras. Em 2016, aproximadamente 300 mil chegaram ao país.

O chefe da polícia federal alemã não descarta que a Alemanha seja alvo de outros ataques, segundo a Reuters.

Entre os 48 feridos, 18 estão em estado grave, de acordo com o ministro do interior. Poucas vítimas foram identificadas. De acordo com o Jornal Hoje, seis alemães estão entre os mortos.

O polonês encontrado morto na cabine do caminhão utilizado no ataque era de fato o condutor do veículo e seu corpo tinha sinais de golpes, assegurou a transportadora para a qual ele trabalhava.

O homem de 37 anos, que deixa esposa e um filho de 17 anos, era um homem grande de 120 quilos e 1,83 de altura, disse à imprensa polonesa Ariel Zurawski, dono de uma empresa de transporte instalada perto de Gryfino, no noroeste da Polônia.

Fonte: G1

Redação

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