Foto Alexandra Martins/ Câmara dos Deputados
O juiz Sérgio Moro estipulou uma fiança de R$ 1 milhão para que o ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, Paulo Ferreira, possa ser liberado da prisão. Ele foi detido em junho deste ano, durante a Operação Custo Brasil, derivada da Lava Jato, e permaneceu na cadeia após Moro determinar uma nova prisão, na 31ª fase da Lava Jato.
Segundo o magistrado, a decisão foi tomada porque o processo em que Ferreira é réu já teve a fase de instrução encerrada, ou seja, as partes já apresentaram as provas, tanto da acusação, quanto da defesa, e todas as testemunhas e réus já foram ouvidos.
Também pesou para a decisão o fato de que Paulo Ferreira admitiu, em depoimento, que o PT realmente tinha um caixa 2, o que a legenda nega. "É um problema da cultura política nacional, doutor Moro. Eu não estou aqui para mentir para ninguém. Estou aqui para ajustar alguma dívida que eu tenho. Negar informalidades nos processos eleitorais brasileiros, de todos os partidos, na minha opinião, é negar o óbvio", disse em audiência realizada no dia 14 de dezembro.
Na ocasião, o ex-tesoureiro também disse que parte dos recursos recebidos pelo PT tinham origem ilícita. "À luz dos atuais episódios, eu não tenho dúvidas que foram doações informais, de caráter ilegal", disse Ferreira.
Na decisão, Moro lembrou que Ferreira disse não ter condições de pagar a multa de R$ 1 milhão para ser solto. "Apesar da declaração dele de que atualmente não disporia de renda ou de que não teria enriquecido pessoalmente com o crime, o fato é que, envolvendo a imputação o crime de lavagem de dinheiro, não é possível, por ora, dar fé a esse tipo de alegação, já que a lavagem pressupõe atuação subreptícia e ocultação de patrimônio", pontuou o juiz.
Além da fiança, Moro também determinou uma série de restrições a Paulo Ferreira, como a proibição de deixar o país e de deixar a residência por mais de 20 dias sem autorização judicial.
Em nota, a defesa de Paulo Ferreira diz que entrou com um pedido para que o pagamento da fiança seja relevado pelo juiz, pois o ex-tesoureiro não teria condições de pagar esse montante para ser libertado.
Fonte: G1