Política

Ex-servidores negam envolvimento em fraudes na Seduc

Com Cintia Borges 

O ex-superintendente de Infraestrutura Escolar, Wander Luiz dos Reis e o ex-servidor Moisés Dias da Silva, ambos da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), negaram envolvimento no  esquema de propinas e fraudes em licitações  na pasta.  A declaração foi dada em depoimento a juíza Selma Arruda, da Vara Criminal Contra o Crime Organizado, nesta quinta-feira (15) Operação Rêmora.

Wander é acusado de passar informações privilegiadas ao grupo de empresários além de garantir as fraudes em licitações. Em depoimento, ele afirmou que era o responsável pela fiscalização das medições apresentadas pelas empresas sobre as obras, mas negou as acusações de ter garantido fraudes.

Wander Luiz chegou a ser preso na 1ª fase da Operação, em maio deste ano, e foi solto no final de outubro. Ele e os ex-servidores Fábio Frigeri e Moisés Dias da Silva são acusados de passar informações privilegiadas ao grupo de empresários que compunha o cartel, além de garantir as fraudes nas licitações.

O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB) teria indicado o ex-servidor para o cargo na secretaria. “Eu sou filiado do mesmo partido que o deputado, estavam precisando indicar alguém e do aval de um deputado. Foi ele quem me indicou e assinou”.

Wander afirmou em depoimento que conhecia o empresário Giovani Guizardi e que só na Seduc teria encontrado e conversado com ele de 5 a 6 vezes. Fora da Secretaria os dois teriam se encontrado duas vezes e o empresário não teria sido tão ‘amigável’.

Apesar das denúncias, o ex-servidor afirmou que nunca atuou a mando de Guizardi. "O que eu tenho de conhecimento desse esquema eu vi pela imprensa. Eu era responsável pela merenda escolar e pelo transporte escolar. Eu tinha o controle também das medições das obras”.

Depoimento de Moisés Dias da Silva, ex-servidor

Moisés Dias da Silva, ex-servidor da Secretária de Estado de Educação (Seduc), negou as acusações de que teria colaborado para o esquema de fraudes que desencadeou a Operação Rêmora. Em depoimento nesta quinta-feira (15) afirmou que ao começar a trabalhar lá passou a controlar a entrada de pessoas não autorizadas na Seduc.

"Quando fui trabalhar na Seduc eu estava na Assembleia Legislativa e o Wander teve um problema com o secretário. O deputado Guilherme Maluf me convidou para assumir o cargo. Eu disse que não podia naquele momento. Um mês depois ele [Maluf] me chamou de novo e disse que precisava que eu fosse para lá. Quando entrei, eu percebi que tinha muito acesso de pessoas não autorizadas lá e eu passei a fazer um controle rigoroso disso aí".

Moisés foi preso na 1ª fase e solto meses depois. Durante o depoimento, o ex-servidor disse que havia relutado em aceitar o cargo, pois ganhava mais de R$ 8 mil na Assembleia Legislativa e na Seduc receberia três mil a menos (R$ 5 mil). “Aceitei porque acreditava que estava ajudando o grupo político”.

O ex-servidor afirmou que encontrou com Guizardi três vezes por conta do projeto Escola Legal. "Eu nunca conversei com ninguém sobre propina, nem com Giovani, nem com o secretário Permínio, nem com o deputado Guilherme Malouf. Eu fui lá para trabalhar", pontuou em depoimento. 

Catia Alves

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