Esportes

Por dirigentes e jogadores mais profissionais em 2017

Fim de festa no Brasileirão. Jogadores, clubes e técnicos premiados. Homenagens aos mortos na tragédia do voo da Chapecoense, muita emoção e comoção. Agora, é hora de os jogadores relaxarem, curtirem as férias com os familiares e voltarem em 2017 mais compromissados, mais responsáveis, sabedores de que precisam justificar os altos salários. E que os dirigentes sejam mais conscientes e saibam que estão gerindo o dinheiro alheio e não o deles. Gastar para dar satisfação ao torcedor, sem o menor respeito ou parâmetro, é coisa para amador. O futebol de hoje, que movimenta orçamentos monstruosos, maiores do que a maioria dos municípios brasileiros, precisa ser levado a sério. Tenho visto as especulações sobre contratações. Espanta-me saber que vamos continuar importando jogadores equatorianos, colombianos, venezuelanos e por aí afora. Atletas que jamais tiveram espaço aqui, mas que hoje reinam, com salários astronômicos. São os novos tempos do esporte bretão deste lado do mundo.

Vamos continuar repatriando ex-jogadores em atividade, aqueles que não servem mais para o Velho Mundo e que chegam aqui cheios de banca e marra, faturando fortunas. Jogadores que vivem lesionados, que não têm mais a mesma explosão, que já deram caldo. Há exceções, caso de Zé Roberto, do Palmeiras. Porém, o conheço de longa data e é um cara que sempre se cuidou, profissional ao extremo. Vejam que a longevidade dele se deve a isso. O que mais temos nos tempos atuais são jogadores compromissados com a noite, com o copo, com a balada. Quando não é isso, são os fones e celulares. Mascando chicletes, fone no ouvido, passam pelos jornalistas como se estivessem diante de uma formiga. E ainda tem gente que mete o pau no Pelé. Nas várias vezes em que estive com ele ou o entrevistei, foi sempre solícito, cordial e amigo. O vi deixar sua comida esfriar, no Kwait, quando jantávamos eu, ele, Galvão Bueno e Mauro Naves, para atender aos filhos dos jogadores com os quais atuou por lá. Ele ficou 20 minutos tirando fotos e dando autógrafos, enquanto seu prato esfriava. Hoje, os caras que vivem bajulando a imprensa quando são juniores, dão uma banana para ela. Sentem-se acima do bem e do mau.

Culpa de muitos dirigentes, paternais, que não sabem separar o comando do empregador do empregado. Misturam-se a eles. Passam a mão na cabeça quando erros são cometidos, escondem da imprensa o que de fato aconteceu. Por isso, o futebol aqui é essa piada, esse conto de fadas. Oliver Kahn, ex-goleiro da Alemanha e Bayern de Munique, estava em tratamento médico e não podia atuar pelo clube. Mas foi a uma boate. No dia seguinte, o Bayern soltou um comunicado oficial dizendo que ele estava sendo multado em 20 mil euros, pois se não podia treinar, não deveria também ir à uma casa noturna, dançar e beber. Isso é profissionalismo, mas incutir isso na mente da maioria dos dirigentes, amadores e paternais, para não usar o termo patéticos, é pedir muito. E olha que a safra de dirigentes é boa, pois tem muita gente séria no mercado. A cada ano, os espertalhões que usurpam os clubes estão sendo expurgados. Ainda há os “Euricos Miranda da vida”, mas logo, logo, não terão mais espaço.

Continuo meu apelo e minha campanha para que se valorize as divisões de base, celeiro de craques no passado, abandonadas na maioria dos clubes brasileiros. Por gente que conhece do riscado, pagando bem, é o primeiro passo para voltarmos a produzir craques. Amigos e amigas, terminamos o Brasileirão e o craque escolhido foi Gabriel Jesus. Também votei nele, mas confesso que craque de verdade ele ainda não é. Um excelente jogador, com futuro promissor e nada mais. Vejam o exemplo de Gabigol, vendido a peso de ouro para a Inter de Milão, que fez apenas uma partida, pois o técnico entende que não é o jogador com o qual o clube sonhava. Vai ser emprestado e daqui a pouco estará batendo na porta do Santos, pedindo emprego. E aqui vai brilhar, pois qualquer jogador mediano deita e rola nas defesas brasileiras. Administrar gastando fortunas, repatriando jogadores e contratando os restolhos dos países vizinhos é um erro crasso. Investir nos jovens dos clubes é e sempre será a melhor alternativa. Cruzeiro e Galo passaram em branco nesta temporada e precisam se justificar em 2017. Chega de bater palmas para cariocas e paulistas, pois o Brasileirão tem sido deles, exceto pelas três conquistas do time azul. Mais profissionalismo e menos amadorismo em 2017. Somente assim nosso futebol poderá começar a reviver os velhos e bons tempos, onde quem corria era a bola.

Fonte: Super Esportes

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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