Política

Nilson Leitão nega vínculo com rádio de Sinop citada em delação

O deputado federal Nilson Leitão (PSDB) negou o recebimento de propinas por meio de empresa de rádio em Sinop (500 km ao norte da Capital), que seria de sua propriedade, em entrevista na manhã desta terça-feira (13), à Rádio Capital. A negativa, foi por conta das afirmações feita em juízo, na tarde de segunda-feira (12), pelo empresário Giovani Guizardi, reú confesso e agora colaborador do esquema de fraudes na Secretaria Estadual de Educação (Seduc).

Guizardi confirmou o depoimento dado ao Ministério Público Estadual (MPE), e citou que Leitão era um dos beneficiários do esquema de propinas e teria recebido cerca de R$ 20 mil em depósitos através de uma rádio, ao que foi contestado pelo tucano.

“Em primeiro lugar, eu não tenho e nunca tive uma rádio, TV ou jornal na minha vida. Nunca tive sociedade e nem fiz arrendamento em relação a rádio. Então não tem como eu ter recebido esses valores. Novamente volto a dizer que não tenho nada com isso, para saber quem é o dono de alguma rádio é a coisa mais fácil do mundo”, garantiu o deputado.

Leitão, que já havia negado anteriormente as acusações do empresário Guizardi, relatou que não sabe se o delator está "errando ou sendo induzido a errar". “Ele [Guizardi] já fez algumas falas onde o procurador da República, Janot já arquivou o processo por falta de consistência”, afirmou.

Anteriormente a esta declaração, o deputado rechaçou a delação de Giovani Guizardi ao dizer que a medida se tornou uma espécie de “execução sumária”.

Ao jornalista da rádio, Paulo Coelho, o parlamentar somou a quantidade de vezes que entrou nas rádios do município de Sinop. “Somado, devou ter ido cerca de seis a sete vezes, no máximo. Não tenho nenhuma relação e estou muito tranquilo em relação a isso”, afirmou.

O deputado finalizou dizendo estar tranquilo e que está à disposição para quaisquer esclarecimentos. “É mais uma situação. Como eu tenho paciência e disposição para explicar, esclarece e deixar muito claro, estou com a tranquilidade de que não tenho nada, não participei desse tipo de coisa e não recebi nenhum recurso de operações como esta de esquema como este”, encerrou a entrevista. 

Depoimento de Giovani Guizardi

Durante o depoimento realizado na Sétima Vara Contra o Crime Organizado, Giovani Guizardi confirmou a delação ao juízo e narrou sobre a quantia desviada de R$ 10 mil em propina que foi depositado em uma empresa que pertencia ao deputado federal Nilson Leitão.

“Eu e o Permínio (ex-secretário da Seduc) nos encontramos em uma churrascaria aqui em Cuiabá, e ele me entregou um papel com informações de uma conta bancária de uma pessoa jurídica que deveria receber o montante para quitar dívidas e gastos. Somente mais tarde, quando realizada a transição, eu descobri que a empresa pertencia ao Leitão. Quem fez os depósitos foi o Edézio, através de 4 cheques de R$ 2,5 mil”, relatou à juíza Selma Rosane Arruda.

Já em outro momento do interrogatório do Ministério Público, Guizardi discorreu sobre Nilson Leitão como beneficiário de um depósito, dessa vez de R$ 20 mil. "O Permínio uma vez me deu, em um papelzinho, o número de uma conta para fazer o depósito de R$ 20 mil. Quem fez o depósito foi o meu funcionário, Edézio. Depois eu vi que quem foi beneficiado foi uma rádio de Sinop, do Nilson Leitão".

A Operação Rêmora

Deflagrada no dia 3 de maio pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), a Operação Rêmora desarticulou um esquema de fraudes e direcionamento de licitações para reforma e construção de escolas estaduais.

Os prejuízos totalizam R$ 56 milhões em pelo menos 23 obras alvos da organização criminosa, que segundo o Ministério Público Estadual (MPE), era chefiada pelo então secretário estadual de Educação, Permínio Pinto (PSDB).

A ação penal investiga o esquema fraudulento em licitações de obras na Secretaria de Estado de Educação (Seduc), entre os anos de 2015 e 2016.

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Valquiria Castil

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