Jurídico

Ex-presidente da Soy deve pagar R$ 6 milhões para ter liberdade

Após ter recebido o alvará de soltura sob fiança e medidas cautelares, o empresário Walter Dias Magalhaes Junior deve aguardar a regularização de documentos de um imóvel rural, que apresentou como garantia da fiança, imposta no valor de pouco mais de R$ 6 milhões. Segundo um dos advogados de defesa, os amigos do ex-presidente do Soy Group se juntaram para somar o valor para oferecer como fiança.

Walter se encontra preso no Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC) desde o dia 26 de agosto, quando a Operação Castelo de Areia foi deflagrada. Ele foi preso por supostos golpes milionários, que eram intermediados pelas empresas American Business Corporation Shares Brasil Ltda e Soy Group Holdin America Ltda.

O habeas corpus, realizado pelos advogados Ronildo Medeiros Júnior, Caio Melli Arisi e Victor Alípio Azevedo Borges, teve o pedido parcialmente acatado no início de novembro pelo desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Orlando de Almeida Perri. 

No pedido de liminar uma área de terra rural com mil hectares foi oferecida em hipoteca à fiança, em nome de Denisson Seabra. No entanto, os documentos do terreno não constaram registrados em cartório. O despacho do desembargador determinou a regularização destes documentos para que seja aceita como fiança para a soltura de Walter Magalhaes. 

O documento se encontra em análise com a juíza Selma Rosane Arruda, responsável pela ação penal que tramita na 7ª Vara Criminal, no Fórum de Cuiabá. 

Castelo de Areia

Deflagrada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e o Núcleo de Inteligência da Delegacia Regional de Cuiabá, unidades da Polícia Judiciária Civil, a operação Castelo de Areia levou a prisão de cinco membros de uma suposta organização criminosa que lucrou mais de R$ 50 milhões, por meio de crimes de estelionatos operados pela empresa Soy Group, com sedes em Cuiabá e Várzea Grande. 

Em um dos golpes, uma vítima afirma que o vice-presidente da empresa Soy Group, o advogado João Emanuel, teria utilizado um falso chinês para convencê-lo em um suposto investimento com parceria com a China, fazendo com que o investidor emitisse 40 folhas de cheque, que juntas somam o valor de R$ 50 milhões. O ex-vereador fingiu ser intérprete e falar mandarim.

O Ministério Público ofereceu denúncia contra oito pessoas, por constituição de organização criminosa e estelionato. 

Os denunciados são o empresário Walter Dias Magalhães Junior, o ex-vereador João Emanuel Moreira Lima, o juiz aposentado Irênio Lima Fernandes (pai de João Emanuel), a empresária Shirlei Aparecida Matsouka Arrabal (esposa de Walter) e Marcelo de Melo Costa. Além do o advogado Lázaro Roberto Moreira Lima (irmão de João Emanoel), o contador Evandro José Goulart e o comerciante Mauro Chen Guo Quin (o chinês).

Valquiria Castil

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