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Setenta e sete executivos da Odebrecht já assinaram delação

Foto Reuters

CURITIBA – Todos os 77 executivos da Odebrecht, entre eles Emilio e Marcelo Odebrecht, assinaram os acordos de delação premiada entre quinta-feira e sexta-feira, segundo fontes ligadas à Lava-Jato. A maioria dos acordos foi fechada pela Procuradoria Geral da República (PGR), em Curitiba. Os depoimentos devem começar a ser prestados na próxima semana.

Advogados ligados ao caso dizem que as informações prestadas para o fechamento dos acordos são “quentes” e devem envolver políticos do cenário nacional. Os depoimentos são aguardados com apreensão no meio político. Há uma estimativa de que cerca de 200 políticos de todos os grandes partidos do país, do governo Michel Temer e da oposição serão denunciados pelos delatores.

Entre os executivos que finalizaram o acordo de delação também está Pedro Novis, ex-diretor da empreiteira entre 2002 e 2009. Ele sucedeu a Emílio Odebrecht no comando da empresa e, depois, passou o bastão a Marcelo Odebrecht. Com isso, todos os líderes do grupo entre 1991 e 2015, que tiveram conhecimento sobre os atos da empresa, irão colaborar com a Justiça.

Maior empreiteira do país, a Odebrecht também finalizou nesta quinta-feira o acordo de leniência que prevê o pagamento de R$ 6,8 bilhões por indenização pelo envolvimento em atos de corrupção. O valor deve ser pago ao longo de 23 anos. A multa será dividida entre Brasil, Estados Unidos e Suíça, os três países envolvidos na negociação. O Brasil receberá a maior parcela.

As negociações com vistas aos acordos de delação e leniência tiveram início entre fevereiro e março deste ano, numa reunião entre o advogado Theo Dias e procuradores da Lava-Jato, em Curitiba. No início, mesmo depois de passar meses na prisão, Marcelo Odebrecht rejeitava duramente qualquer possibilidade de delação. Num depoimento à CPI da Petrobras, ele chegou a dizer que uma eventual delação poderia ser um problema moral mais grave que o envolvimento em fraudes.

O grupo divulgou nesta quinta-feira uma nota em que pede desculpas ao país por ter participado de atos impróprios. “Foi um grande erro, uma violação dos nossos próprios princípios, uma agressão a valores consagrados de honestidade e ética. Não admitiremos que isso se repita”, diz o texto.

Fonte: O Globo

Redação

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