Durante a audiência realizada nesta quarta-feira (30), o ex-deputado José Geraldo Riva, que confessou ter participado de um esquema de desvio na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), se comprometeu a relacionar os beneficiários e valores de cheques que recebeu oriundos de desvios da Casa de Leis.
A declaração aconteceu no Fórum de Cuiabá, enquanto Riva era interrogado, pela juíza Selma Arruda, da 7ª Vara Criminal, sobre 15 ações penais em que é réu. Ao ser questionado sobre em que era usado o dinheiro oriundo dos cheques da AL que as empresas de fachadas recebiam, o ex-presidente da Casa de Leis responde que “eram usadas para pagar dívidas com factoring, dívidas de campanhas”.
A magistrada também acrescenta indagando outros fins do usufruto do dinheiro desviado. “Para pagar interesses pessoais do senhor, para proveito próprio do senhor… Para pagar dívidas de remédio com o gado do senhor, para bancar o curral eleitoral do senhor?”, e Riva admite.
Ao relatar as falcatruas, em que fazia juntamente com Humberto Bosaipo, o ex-presidente da Assembleia Legislativa, a juíza questiona se haviam mais deputados e quem eram estes que se beneficiaram do esquema e pediu nomes ao que Riva respondeu que teria que pegar nome por nome, pois o resumo que possuía não apresentava todos os beneficiários. “Não quero ser injusto ao citar nomes que não tenho certeza”, afirmou.
Riva ao final disse que irá fazer a indicação dos nomes somente na fase de alegações finais, ao que ficou estipulado um prazo de dez dias. Segundo o ex-parlamentar, o levantamento que tinha feito até o momento continha apenas o nome das empresas de fachada que foram utilizadas nas falcatruas.
No entanto deixou claro ao dizer que “todo deputado que recebeu cheque dessas empresas foi beneficiado”. Ao que incluiu nomes como o de Nico Baracat, Benedito Pinto e Emanuel Pinheiro (PMDB), prefeito eleito por Cuiabá.
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