Esta semana lendo um artigo do Eckart Tolle fiquei chocada com este trecho “Nunca antes as relações foram tão problemáticas e cheias de conflitos como são agora. Tal como você deve ter reparado, não estão aqui para o fazer feliz nem para que se sinta realizado. Se continuar a perseguir o objetivo da salvação através de um relacionamento, ficará desiludido uma e outra vez.
No entanto, se aceitar que o relacionamento existe para o tornar consciente e não feliz, nesse momento ele vai oferecer-lhe a salvação e você estará a alinhar-se com a consciência superior que quer nascer para este mundo…”. Realmente se pararmos para pensar relacionamento íntimo é como ter um espelho diante de si 24 horas do dia. Nós atraímos por afinidades, mas com a convivência a sombra vai se manifestando e passamos a nos relacionar apenas com ela.
Na teoria do espelhamento, projeção é algo muito sério, eu não vejo o outro como ele é, mas sim como EU sou, “… por meio de autoanalise é possível descobrir que as expectativas que criamos em nosso relacionamento nada mais são que um processo inconsciente e automático, através do qual um conteúdo inconsciente para o sujeito é transferido para um objeto, fazendo com que esse conteúdo pareça pertencer ao objeto. Em outras palavras, é mais um desejo nosso a respeito do outro, do que uma característica dele próprio.
Tal sintoma só irá desaparecer quando nós mesmos tornamos essa questão consciente. " A projeção cessa no momento em que se torna consciente, isto é, ao ser constatado que o conteúdo pertence ao sujeito." (Mednicoff, 2008, p. 71, Dossiê Jung). O que me incomoda no outro é algo que tenho em mim e não consigo enxergar porque dói, por isso a importância dos relacionamentos, eu preciso do outro para me ver. E o positivo, também verdadeiro, quando sinto uma simpatia muito grande por alguém, com certeza é porque temos muitas coisas boas parecidas. Quando me dou conta disso consigo viver menos entre a simpatia e a antipatia, e consequentemente, ser mais livre e mais leve.
Namastê