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Preso por chacina na Espanha era ameaçado de morte em presídio

Patrick Gouveia, suspeito confesso no caso da chacina família brasileira na Espanha (Foto: Reprodução/Facebook)

Presidiários latino-americanos queriam matar François Patrick Nogueira Gouveia, o suspeito confesso de matar e esquartejar uma família brasileira em Pioz, na Espanha. De acordo com o tio do jovem, Walfran Campos, ele foi transferido do presídio Alcalá Meco para o presídio de Estremera, na província de Madri. O jovem estaria recebendo ameaças de morte por parte de detentos latino-americanos.

O brasileiro estava preso desde o dia 21 de outubro em Alcalá Meco. "[Patrick] foi transferido porque os latinos queriam matar ele, e aí foi para outro presídio porque corria risco de morte", afirmou Walfran nesta quarta-feira (23), um dia depois da transferência.

Segundo a emissora, o presídio onde Patrick estava tinha um setor dedicado a presos de origem latino-americana. No entendimento da Justiça espanhola, isso caracterizaria o local como "duvidoso" para garantir a segurança de Patrick.

A transferência foi feita após um juiz solicitar medidas de segurança máxima "para garantir a integridade sobre si mesmo e sobre terceiros", de acordo com informações da emissora de TV espanhola Antena3.

Matar só o tio era 'cruel'
O jovem admitiu em depoimento à Justiça espanhola que planejou o crime e que decidiu matar toda a família porque matar apenas o tio dele, Marcos Campos, "parecia cruel". Ele afirmou ainda que sentiu "necessidade de matar". A declaração foi dada à Justiça de Guadalajara e a emissora de TV espanhola Antena3 teve acesso a trechos do depoimento.

De acordo com a emissora, Patrick negou que havia agido por impulso e disse que foi até a casa da família do tio com a intenção de matar todos os parentes. “Matei os quatro porque matar apenas Marcos me parecia cruel. Não ia deixar uma família sem marido e sem pai. Não sofreram, não gritaram, foi muito rápido”, disse o jovem em depoimento.

Os corpos de Janaína Diniz, Marcos Nogueira e das duas crianças foram achados esquartejados em uma casa na cidade espanhola de Pioz em setembro, depois que um vizinho alertou sobre o mau cheiro perto da casa da família.

Também pela primeira vez, Patrick falou que sabia que seria preso na Espanha e diz ter voltado ao Brasil após o crime para se despedir da família. Ele também falou em arrependimento. “Sim, eu me arrependo de ter matado. É tudo minha culpa”, comentou.
Patrick Gouveia explicou neste segundo depoimento como surgiu a ideia de realizar os assassinatos e chegou a dizer que pensou muito antes de executá-los.

Segundo o jovem, não foi a primeira vez que ele sentiu vontade de matar alguém. “Três dias antes [do crime], senti a necessidade de matar. Isso acontece muitas vezes, desde os 12 anos. Quando isso acontece, eu bebo muito”, declarou o jovem, segundo a emissora.

Em 2013, quando o jovem tinha 16 anos, ele foi detido em Altamira, no Pará , após esfaquear um professor dentro da sala de aula.

Ainda segundo a emissora de TV, Patrick também comentou sobre a relação dele com Marvin Henriques, jovem que foi preso em João Pessoa  suspeito de participar do crime. Marvin é amigo de Patrick e teria dado dicas ao suspeito por meio de mensagens no WhatsApp enquanto o jovem cometia os crimes na Espanha. Ele foi indiciado pela Polícia Civil paraibana por participar diretamente na morte de Marcos Campos, uma vez que o contato entre os dois começou depois da morte da mulher e das duas crianças.

No depoimento, Patrick Gouveia afirmou que o amigo não sabia do plano de assassinar a família, e que a proximidade entre os dois aumentou após o caso da tentativa de assassinato do professor. “É como se fosse um irmão mais novo. Ele é muito bom. Sua mãe era psiquiatra e me ajudou muito. Somos inseparáveis”, afirmou.

Fonte: G1

Redação

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