Arena Corinthians (Foto: Felipe Schmidt/Globoesporte.com)
O Ministério Público de São Paulo afirmou nesta sexta-feira (18), por meio de nota, que a Arena Corinthians e o estacionamento do estádio não oferecem riscos aos usuários
No dia 3 de novembro, o MP determinou a realização de vistoria no local após receber informações de que houve vazamento de água, com o aparecimento de buracos no piso de estacionamento, e possibilidade de abalo das arquibancadas e deslizamento de terra na área externa do estádio.
No texto, a promotoria não informa quando a inspeção foi realizada, mas garante que os espaços estão seguros. "A Promotoria de Habitação e Urbanismo da Capital afirma que foi realizada vistoria no Estádio Arena Corinthians pelos técnicos do Centro de Apoio à Execução do Ministério Público, que concluiu que “não há risco para a utilização do estádio, assim como para o estacionamento” para a realização de eventos esportivos e de natureza diversa", diz o texto.
A Promotoria de Habitação e Urbanismo considerou grave os fatos noticiados, com risco à integridade das pessoas que utilizam a Arena Corinthians. Em nota, o MP considerou "a necessidade de se verificar se o local reúne condições de segurança para a realização de eventos esportivos e de natureza diversa, bem como a possibilidade do estádio continuar funcionando."
No dia 2 de novembro, a construtora Odebrecht, responsável pela obra da Arena Corinthians, informou o vazamento de água constatado pela Sabesp em 2015 não tinha relação com a erosão que aconteceu em fevereiro de 2016 no estacionamento.
A Odebrecht informou que a erosão do estacionamento foi causada por chuvas torrenciais de verão. E que o estádio tem alvará de funcionamento e todos os demais laudos de segurança emitidos pelo poder público, sem restrição.
Ainda segundo a construtora, não existe nenhum córrego sem canalização passando por baixo do estádio. A construtora disse ainda que está avaliando as causas dos pontuais descolamentos de placas de granito das paredes, para evitar que ocorram de novo.
No início de novembro, técnicos da Sabesp fizeram uma vistoria na arena para ver se havia algum vazamento e atestaram que a tubulação está em perfeito estado.
A vistoria ocorreu no mesmo dia em que o jornal "Folha de S.Paulo" publicou reportagem em que informa que vazamento de água no estacionamento da arena provoca risco de deslizamento de terra na área externa do estádio.
O Corinthians informou haver uma auditoria em andamento, mas disse que não tem informação sobre nenhum problema referente a vazamento. Segundo o clube, o vazamento registrado em fevereiro foi resolvido.
A Sabesp disse ter alertado o Corinthians em fevereiro sobre alta no consumo de água no estádio. De acordo com a nota da companhia (veja íntegra ao final desta reportagem), a vistoria desta terça-feira, no entanto, não identificou problemas nas tubulações da Sabesp, o que indicaria que está "confirmada a suspeita de problemas internos de responsabilidade do clube".
Os técnicos da Sabesp deram uma volta por fora da arena. Por volta das 10h, a equipe foi autorizada a entrar, e a inspeção durou menos de 5 minutos (leia abaixo a íntegra da nota).
Segundo a reportagem da "Folha de S.Paulo", o vazamento de água no estacionamento da Arena poderia causar um deslizamento e atingir a Radial Leste, uma das principais vias da região.
O estádio foi inaugurado em 2014 para a Copa do Mundo de futebol masculino no Brasil. O vazamento e o risco de desabamento foram descobertos em junho de 2016, segundo a Folha.
O jornal também informava que, em fevereiro deste ano, houve um deslizamento de terra na área ao lado do estacionamento leste, que chegou até a calçada da Radial Leste. A apuração interna do clube, que o Corinthians informou estar em andamento, indicou, segundo o jornal, que havia relação entre o deslizamento e um vazamento de água no subsolo do estacionamento, que fica no lado leste da arena.
Corinthians, Odebrecht e Sabesp
A reportagem também informa que o Corinthians e a Odebrecht, sócias no fundo que administra o estádio, foram alertados do risco por técnicos.
A Arena Corinthians foi construída pela Odebrecht e inaugurada em maio de 2014.
A auditoria do Corinthians também encontrou rachaduras em paredes do estádio, na arquibancada norte, segundo a Folha. Há ainda registros de buracos no piso ao redor do estádio, no estacionamento leste e em outras áreas. De acordo com o jornal, o clube está preocupado com a queda de placas da cobertura e de paredes.
Ainda em fevereiro, caiu um pedaço do teto da entrada principal da arena, de cerca de duas toneladas, no setor oeste, no hall que dá acesso às instalações vip do estádio. O Corinthians informou que o problema já foi solucionado.
Veja a íntegra da nota da Sabesp:
A Sabesp informa que desde fevereiro alertou o clube de alta de consumo, o que sinalizaria um vazamento interno. Informa ainda que nesta manhã esteve no local para inspeção e os técnicos constataram que a tubulação da Sabesp está em perfeito estado, ficando confirmada a suspeita de problemas internos de responsabilidade do clube.
Veja a íntegra da nota do Corinthians:
Desde as primeiras horas do dia, a Arena Corinthians e o Sport Club Corinthians Paulista estão em contato com a Odebrecht, responsável pela obra do estádio, para verificar as informações veiculadas em matéria publicada nesta terça-feira (01/11) na Folha de S. Paulo.
Uma equipe de manutenção trabalha diariamente e verifica minuciosamente as condições para que os torcedores estejam em completa segurança no estádio e, até o momento, não há informação vinda da Odebrecht para qualquer risco de deslizamento. A Arena e o clube reforçam, ainda, que toda a construção do estádio está passando por uma auditoria externa, como é de conhecimento público.
A Arena Corinthians e o Sport Club Corinthians Paulista esclarecem também que foram procurados pela Folha de S. Paulo apenas para responder sobre o funcionamento do estacionamento do setor Leste e não foram questionados previamente sobre os outros pontos abordados na matéria. Se fossem, teriam esclarecido as informações ao jornal; como farão, junto com a Odebrecht, nas próximas horas.
Fonte: G1