Plantão Policial

Tenente Ledur já havia sido denunciada por maus-tratos e pressão psicológica

Fotos: Ahmad Jarrah

Com Sandra Carvalho  

A tenente Izadora Ledur de Souza Dechamps, acusada de torturar o aluno Rodrigo Claro, já havia sido denunciada em 2015 pelo Ministério Público Estadual (MPE) por maus-tratos durante treinamento de soldados do Corpo de Bombeiros. O denunciante acusou a tenente e um sargento da corporação de praticar pressão psicológica e, inclusive, de obrigar os alunos a dormir no chão em meio a bichos perigosos, como escorpiões. Por “falta de elementos informativos suficientes”, o juiz da 11ª Vara Especializada da Justiça Militar da Capital, Marcos Faleiros da Silva, arquivou o inquérito policial.

Izadora Ledur voltou a ser acusada de exceder no treinamento realizado dia 10 de novembro passado na Lagoa Trevisan, em Cuiabá (MT), que levou à morte o aluno bombeiro Rodrigo Claro (21), sepultado esta semana em Tangará da Serra, a 240 km da Capital. 

O processo contra a tenente Izadora Ledur e também contra seu colega, o sargento, Josymar de Oliveira Silva, foi aberto no Ministério Público Estadual (MPE) dia 10 de novembro de 2015 sob a responsabilidade do promotor o promotor Allan Sidney Souza.

A denúncia dava conta de que os soldados estariam sofrendo pressão psicológica por parte da tenente e que o sargento Josymar é quem executaria as ordens dadas por ela.

“O sargento aterroriza os pelotões de soldados, obrigando-os a dormir no chão, no meio de bichos perigosos, como escorpiões. Os soldados dormem em quiosques dentro do batalhão, ao ar livre. Pedimos providências, porque entendemos que os soldados estão lá para aprender e não para serem hostilizados”.

O CASO

A mãe de Rodrigo Claro e colegas denunciam a tenente por excessos e abusos durante treinamento do Corpo de Bombeiros. O jovem de 21 anos teria sofrido uma série de afogamentos propositais pela tenente, e depois o obrigado a fazer um percuso de natação. Isso teria levado o aluno a passar mal e dar entrada em uma unidade de saúde. Rodrigo morreu cinco dias após o treinamento realizado na Lagoa Trevisan, em Cuiabá.

“No início da travessia, pelo que me foi passado pelos colegas, a menos de dez metros que ele estava nadando na lagoa para fazer a travessia, a tenente começou a afoga-lo, segurando na cintura dele e levando para o fundo da lagoa”, afirma Jane Patrícia, mãe de Rodrigo.

Laudo inicial do Instituto Médico Legal (IML) de Cuiabá apontou a causa da morte como indefinida. A tenente foi afastada de suas funções e o Corpo de Bombeiros abriu um inquérito para apurar o fato. Novo laudo que apontará a real causa da morte deve ficar pronto nos próximos dias.

A reportagem entrou em contato com a tenente, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria.

O outro lado

O Circuito Mato Grosso aguarda resposta da corregedoria do Corpo de Bombeiros. A reportagem ainda entrou em contato com a tenente Ledur e com o sargento Josymar mas não obteve resposta.   

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Raul Bradock

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