A cada 12 minutos uma pessoa morre e a cada um minuto uma pessoa fica sequelada permanentemente no trânsito brasileiro, segundos dados divulgados nesta quinta-feira (17) pelo Observatório Nacional de Segurança Viária e o Sindseg-SP.
O estudo levantou os gastos com o trânsito. São R$ 56 bilhões gastos por ano com acidentes no Brasil. Com esse dinheiro seria possível construir 1.800 hospitais ou 28.000 escolas. O custo dos acidentes, em 2014, equivale ao repasse do Governo Federal a todos os Estados da região Norte e mais Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.
O número de mortes por ano no trânsito no Brasil ultrapassa 40.000 desde 2010. Segundo o último relatório do Datasus (Departamento de Informática do SUS), de 2014, 43.780 pessoas perderam a vida nas avenidas e estradas do País e um terço dos acidentes fatais ocorreram em apenas três Estados: São Paulo, com 7.032 óbitos, Minas Gerais, com 4.396, e Paraná, com 3.076. Considerando o índice de acidentes, porém, nota-se que os Estados do Piauí, Maranhão e Alagoas se encontram em situações mais críticas.
Os acidentes que não terminam em morte também preocupam. Segundo dados do DPVAT (Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres), uma pessoa por minuto fica com sequelas permanentes devido a acidentes nas vias e rodovias do Brasil. Segundo o órgão, o País teve 600 mil inválidos permanentes e mais de R$ 500 mil pagos em indenizações no ano de 2014.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) divulgou uma estimativa, em maio deste ano, de 23,4 mortes a cada 100 mil habitantes no Brasil. É o quarto pior desempenho, perdendo apenas para Belize, República Dominicana e a campeão Venezuela, que tem uma taxa de 45,1 mortes por 100 mil habitantes. A instituição faz uma projeção de 1 milhão de mortes por ano em todo mundo até 2030.
O Dia Mundial das Vítimas de Acidentes de Trânsito, no próximo domingo (20), foi criado em 1993 por uma instituição britânica chamada Road Peace. Em 2005, a data foi adotada também pela ONU (Organização das Nações Unidas). Este ano, a campanha vai usar a hashtag #somostodosvitimas.
O relatório do Observatório Nacional de Segurança Viária traçou um paralelo entre os números de acidentes no trânsito, que causam sequelas permanentes ou mortes, com o convívio nas redes sociais.
Segundo o estudo, entre 2016 e 2021, uma pessoa que tem 500 contatos no Facebook vai ter 15 amigos envolvidos em acidentes graves de trânsito que poderão causar morte ou sequelas permanentes neles. Para um conta com 200 amigos o total de vítimas do trânsito é seis, para 300 é nove e para 400 é 12.
Fonte: R7