As influências do sistema capitalista na depredação ambiental se tornou um problema que interfere em toda a sociedade, trazendo à tona uma nova demanda para intervenção no Serviço Social. Os assistentes sociais têm contato constante com grupos familiares e, assim, sua atuação se dá na formação de conscientização da educação ambiental, na preservação e socialização acerca da preservação da natureza.
Ao pensarmos nos povos indígenas, sentimos uma conexão com a terra, pois para eles é vida e prosperidade e não fonte de riqueza econômica. Sua agricultura volta-se à sobrevivência e, de forma saudável, a grande maioria cultiva alimentos ao redor de suas aldeias. Se existem pessoas que podem nos ensinar sobre cuidar e prosperar com a natureza, essas sãos os povos indígenas.
Em busca de um modelo de tecnologia para uma sociedade avançada, devemos olhar em nossa volta e compreender o que há de melhor no outro e conscientizar que a terra precisa de todos nós. As práticas indígenas de manejo de solo têm muito o que nos oferecer. Assim, devemos pensar na grandiosidade das técnicas de uso da terra empregadas pelos povos indígenas, ainda não reconhecidas pela maioria dos não índios.
Precisamos, para além de praticar a sustentabilidade, respeitar, descriminar e atribuir o valor que os índios merecem e nos juntarmos a eles na defesa das demarcações de suas terras, dando uma oportunidade maior de recuperar o desgaste sofrido até hoje em busca do lucro. Como a antropóloga Berta Ribeiro nos disse sobre a modernidade, se prosseguirmos “nesse rumo, jamais alcançaremos uma prosperidade generalizável a toda a população e as conquistas tecnológicas ficarão restritas, como até agora, ao desfrute de uma minoria.”
O Serviço Social reconhece o papel dos povos indígenas na preservação ambiental e busca propostas do projeto social que estimulem a adesão de práticas de sustentabilidade. A fim de que haja uma mudança significativa de paradigma, não cabe somente ao poder público a tarefa de cuidar do ambiente, mas, sim, de cada cidadão do planeta Terra.
*Texto de Kallita dos Anjos Moraes é Assistente Social
