Aprender as receitas, dosar medidas, modelar e dar aquele aspecto de beleza aos pães. Esse foi o desafio da estudante de panificação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-MT), Marina da Silva, que conquistou o ouro na Olimpíada do Conhecimento. Ela é portadora de Síndrome de Down e mostrou que a vontade é sempre superior a qualquer limitação. A jovem participou da avaliação prática de cursos de qualificação em Panificação, durante três dias, e confirmou a qualidade da educação profissional de Mato Grosso.
Foi por meio do Senai que a Marina aprendeu uma profissão. Até então ela só estudava e ajudava em casa. O sonho dela é trabalhar fazendo pães no mercado perto de casa. "Estou muito feliz. Aprendi a fazer pão doce e salgado e meu professor é muito bom comigo. Só tenho a dizer obrigada". Ela nunca tinha viajado de avião e adorou poder conhecer uma outra cidade.
O projeto piloto do Departamento Nacional do Senai visou avaliar os cursos de qualificação e técnicos em âmbito nacional e, assim, identificar pontos fortes e fracos de cada Departamento Regional, além de propor melhorias. Na área de qualificação foram aferidos os cursos para Padeiro, Costureiro e Operador de Computador.
De acordo com o instrutor dos cursos técnicos de Panificação do Senai-Cuiabá, Marlon Menezes, que também é avaliador líder da ocupação, os estudantes realizaram provas teóricas e práticas, fornecendo assim uma análise completa dos cursos ofertados pelo Senai. “É muito positiva essa proposta para todas as instituições, pois nos dá a real visão sobre a educação técnica no país e como proceder daqui para frente”.
Quando se trata das Pessoas com Síndrome de Down ele classifica o resultado como surpreendente. “É um aprendizado muito grande, pois esses estudantes têm uma capacidade que muitas vezes é subestimada, seja pela família, empresas ou escolas. Temos percebido o quanto eles são capazes de fazer tudo que é ensinado e desenvolver as competências necessárias. Uma experiência enriquecedora que empodera as Pessoas com Deficiências (PcD) e permite que elas também possam conquistar um lugar no mercado de trabalho por próprio mérito”.
Fonte: FIEMT