Polícia Federal deteve o africano, na sexta-feira (11), no navio, em Suape (Foto: Ascom PF)
O africano encontrado em um navio que está atracado no Porto de Suape, em Ipojuca no Grande Recife, viajou clandestinamente durante mais de 10 dias. A Polícia Federal em Pernambuco acredita que o homem, de 29 anos, entrou na embarcação na República de Camarões, seu pais de nascimento, no dia 31 de outubro. Ele só foi achado no fim da manhã de sexta-feira (11), por tripulantes da embarcação, de bandeira das Ilhas Cook, na Oceania.
O Navio Jumper deixou a costa africana com açúcar ensacado. Segundo a PF, o camaronês deve ter levado algum suprimento para suportar a viagem. Mesmo assim, chegou ao Porto de Suape com sinais de desnutrição e desidratação. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) assegurou que ele não é portador de doenças contagiosas.
Nesta segunda-feira (14), o camaronês vai prestar o primeiro depoimento na sede da Polícia Federal, na área central do Recife. Os agentes querem saber detalhes da viagem, como ele entrou no navio, bem como os motivos pelos quais ele decidiu ficar de forma clandestina na embarcação.
A Polícia Federal também vai ouvir o comandante do navio. Em seguida, acionará os organismos consulares para viabilizar os procedimentos legais. Será preciso, inclusive, confirmar a naturalidade do clandestino, já que ele só apresentou um documento de identidade.
Caso seja confirmada a nacionalidade, os documentos serão entregues à Polícia Federal. A empresa responsável pelo transporte da carga deverá providenciar todos os recursos necessários para que o estrangeiro seja repatriado.
O navio vai retornar para o Porto de Duala na República dos Camarões, após efetuar o descarregamento do açúcar em Suape. Caso os procedimento legais sejam finalizados até a data da partida, o estrangeiro poderá retornar ao seu país no mesmo navio em que foi encontrado clandestinamente
Agora, se não for possível aproveitar a volta da embarcação, ele deverá ficar hospedado num hotel ou pousada no Recife, sob responsabilidade e escolta de uma empresa de segurança privada, até que todos os procedimentos sejam finalizados.
A Polícia Federal informou que todos as despesas no Brasil e de repatriação serão pagas pela empresa responsável pelo navio, sem nenhum ônus para o governo brasileiro.
Outro caso
Esta não foi a primeira vez qiue a PF atuou em casos de clandestinos em navios este ano, em Suape. No dia 4 de outubro deste ano, Os agentes detiveram seis estrangeiros que viajavam em um navio de bandeira alemã.
Eles informaram ser da Albânia. Também contaram ter entrado na embarcação na França e que pretendiam ir para o Canadá, tentar conseguir emprego.
Nos depoimentos aos agentes federais em Pernambuco, os albaneses disseram ter consultado na internet a rota do navio Rio Negro. No Porto de Fos-Sur-Mer, cidade perto de Marselha, no Sul da França, no dia 23 de setembro, pularam uma cerca e se esconderam nos contêineres. Ficaram quatro dias em meio a mercadorias.
Quando a comida acabou, os seis decidiram sair dos contêineres e foram para a cozinha do navio em busca de alimento e água. No dia 27 de setembro, durante a travessia entre a Espanha e o Brasil, acabaram descobertos. Como a parada seguinte seria em Suape, os tripulantes alertaram as autoridades em Pernambuco.
Fonte: G1