Cidades

Salgadeira padece abandonada pelo Poder Público há seis anos; veja fotos e vídeo

Fotos Ahmad Jarrah

Fechado desde 2010 para obras de revitalização, o Complexo da Salgadeira, a 41 km do Centro de Cuiabá, continua abandonado pelas empresas responsáveis por tocar as obras. O Circuito Mato Grosso esteve no local e constatou o desleixo com o ponto turístico, que já foi um dos mais movimentados e atraentes da região.

De acordo com um cronograma apresentado pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedec), no início deste ano, a obra deveria ser concluída em dezembro de 2016.

Quem perde com o fechamento da salgadeira é a população, afirma o presidente do Sindicato das Empresas de Turismo do Estado de Mato Grosso (Sindetur/MT), Oiran Gutierrez, que culpa a Justiça pela situação em que o ponto turístico se encontra. Para ele a Justiça é ‘boa para determinar o fechamento’.

“Eles deveriam dar um prazo para reabertura, ‘você tem 90 dias, um ano para reabrir’, mas não, a Justiça é boa para fechar. Judicializou o negócio, mas agora eles têm que dar um jeito de abrir”, assinala Gutierrez.

Gutierrez conta que vai todas as semanas para Chapada dos Guimarães e quando passa em frente ao local olha para os lados. Ele diz que vê com tristeza e lamenta. “Há quem diga que a Salgadeira é daqui de Cuiabá, outros dizem que é de Chapada, dizem que é responsabilidade do Estado, mas quem perde com isso somos todos nós”.

O presidente do Sindicato dos Guias de Turismo de Mato Grosso (Singtur/MT), Hilson Cácio de Araújo, aponta falta de interesse por parte do Poder Público para terminar a obra. “A última notícia que tive é que haviam sido recomeçadas, mas eu sempre passo por lá e está do mesmo jeito”, desabafou.

Para Cácio o mais difícil é explicar os motivos da interdição aos turistas. “É um lugar bonito, mas quando você passa ali com o turista eles sempre perguntam por que não pode entrar. Fica difícil explicar que foi interditada pelo Ministério Público por causa de degradação, e essa história toda”, conta ele.

O guia denuncia ainda que o setor do turismo está abandonado pelo Poder Público em todo o Estado. Há falta de fiscalização e ‘a grande maioria dos guias de turismo são piratas’. Para Cácio de Araújo, o Poder Público deveria enxergar o turismo como um setor que gera emprego e renda.

“O que falta é poder público aplicar a legislação, fiscalizar, chamar as pessoas  para receberem curso de qualificação. O turismo é bom por isso, cresce a capacidade de gerar renda, o turista hoje está muito exigente e querem pessoas qualificadas”, pontuou.

Governo não aditivou

O custo total da obra é de R$6,3 milhões. No entanto, o Consórcio Salgadeira, formado pelas empresas Farol Empreendimentos e Ypenge Projetos Florestais e Ambientais, solicitou aditivo de R$1,9 milhão que não foi concedido pela atual gestão.

Após o Governo do Estado de Mato Grosso ameaçar rescindir o contrato com o consórcio, as obras foram retomadas, mas estão novamente paralisadas. Apesar de fechada para visitação, turistas chegam a todo o momento para usufruir das belezas naturais da região.

Nova licitação está sendo avaliada

De acordo com a assessoria de imprensa da Sedec, a decisão de uma nova licitação está sendo avaliada pelo Governo do Estado. 

À reportagem, a secretaria ainda afirmou que não há previsão de retomada das obras. As obras foram tocadas até agosto deste ano, quando, em função da impossibilidade de prorrogação do contrato por certidões negativas da empresa, elas foram paralisadas. 

Ainda segundo a nota, o consórcio alegou que foram encontradas falhas no projeto durante a execução e alterou o cronograma da obra.

Sobre a falta de equipe para fiscalizar e impedir a presença dos banhistas no local, a assessoria disse que “está estudando a contratação de uma empresa de segurança para o local”.

Assista o vídeo

 

Fotos

Felipe Leonel

About Author

Você também pode se interessar

Cidades

Fifa confirma e Valcke não vem ao Brasil no dia 12

 Na visita, Valcke iria a três estádios da Copa: Arena Pernambuco, na segunda-feira, Estádio Nacional Mané Garrincha, na terça, e
Cidades

Brasileiros usam 15 bi de sacolas plásticas por ano

Dar uma destinação adequada a essas sacolas e incentivar o uso das chamadas ecobags tem sido prioridade em muitos países.