Em várias partes do país, milhares de adolescentes e adultos estão pegando uma doença que acreditavam que nunca iam pegar porque já foram vacinados: a caxumba. Em São Paulo, o número de surtos, que é quando mais de uma pessoa pega a doença em um mesmo local, saltou de 15, no ano passado, para 194 este ano. Um aumento de 1.193%.
Em Goiânia, Recife e Salvador não teve surto de caxumba no ano passado, apenas casos isolados. Mas esse ano já foram seis surtos em Goiânia (90 casos), 24 no Recife (143 casos) e 16 em Salvador (540 casos).
Apalpando o rosto para ver se o inchaço diminui e de olho no termômetro. A gerente de farmácia, Alyne Araujo e o enteado, Luiz Gustavo Barros, estão assim desde que pegaram caxumba. Ela conta que já tinha recebido um aviso da escolinha da filha alertando para os casos da doença: “Estava mais preocupada com ela do que comigo. E acabei pegando”.
Quem nasceu a partir de 2003, provavelmente, tomou a vacina da caxumba em duas doses. Já quem nasceu antes disso, tomou apenas uma dose, porque a forma de vacinar era diferente. Portanto, está menos protegido.
O vírus da caxumba se multiplica na garganta e cai na corrente sanguínea. Aí atinge uma ou as duas glândulas parótidas, que ficam bem inchadas. A pessoa sente incômodo para mastigar, febre e dor no corpo. A transmissão é por gotículas de saliva, que podem estar no ar, em copos, talheres e pode demorar de duas a três semanas para se manifestar.
A vacina é a tríplice viral, que protege da caxumba, rubéola e sarampo. Na segunda dose, ela é chamada de tetra viral, porque inclui a imunização contra a catapora.
“A caxumba não é uma doença grave. Ela pode ter complicações, que são comprometimentos do ovário nas mulheres ou nos testículos nos homens. Raramente podem promover o que nós chamamos de meningite, que é a inflamação daquelas membranas que envolvem o cérebro, porém sem deixar sequelas”, explica o médico infectologista do Emílio Ribas, Jean Gorinchteyn.
O Ministério da Saúde disse que a rede pública oferece a vacina tríplice viral para pessoas com idade de um a 49 anos, que são consideradas as mais vulneráveis para a doença.
Fonte: G1