A eliminação da Copa do Brasil pelo Grêmio, nas semifinais, foi mais um capítulo de uma história que o Cruzeiro tem pouco orgulho de escrever. O time caminha para terminar 2016 de forma melancólica, sem conquistar títulos pelo segundo ano consecutivo e, pior, sem nem brigar por eles – fracassou na Primeira Liga, no Campeonato Mineiro, no torneio mata-mata e no Campeonato Brasileiro, no qual precisa de quatro pontos em cinco partidas para respirar aliviado pelo fim da ameaça de rebaixamento.
O time celeste não só repetiu o “bi” de seca de conquistas depois de 27 anos como igualou marca de mais de 50 anos: desde as temporadas de 1963 e 1964 a Raposa não ficava sem sequer ir a finais ou brigar por títulos por dois anos seguidos. Muito pouco para quem tem orçamento acima dos R$ 300 milhões/ano.
Os motivos do fracasso são vários, a começar por ações infrutíferas da diretoria. Da aposta em treinadores que não se mostraram preparados para comandar uma equipe do tamanho do Cruzeiro à contratação de jogadores que não renderam o esperado, são os dirigentes que dão o aval para todas as decisões. Até por isso, 70% das 9.291 pessoas que votaram em enquete feita pelo Portal Superesportes apontaram o presidente Gilvan de Pinho Tavares e seus diretores como os responsáveis pelos fracassos por dois anos seguidos.
Também houve erros dos ex-treinadores como Luxemburgo, Deivid e Paulo Bento, e do atual, Mano Menezes, como ele próprio admitiu depois da derrota por 2 a 0 para o Grêmio, no jogo de ida das semifinais da Copa do Brasil, no Mineirão. E ainda dos próprios jogadores, sejam os que chegaram e não corresponderam e/ou os que caíram de produção com o time, que encantou na conquista do bicampeonato brasileiro em 2013/2014. Sem contar a saída de atletas sem a devida reposição. E também as constantes contusões de algumas promessas.
UM OLHO AQUI, OUTRO LÁ Os próprios jogadores têm dificuldade para explicar o que deu errado nos últimos tempos. Eles garantem não ter faltado empenho na Toca da Raposa II, mas admitem a decepção com os resultados pífios. “É difícil explicar por que vamos terminar o ano sem títulos. A gente sempre quer conquistas, mas nas duas últimas temporadas não deu. Tivemos a possibilidade na Copa do Brasil e não conseguimos, talvez por detalhes no primeiro jogo (das semifinais). Agora é fechar a temporada da melhor forma possível”, diz o zagueiro Bruno Rodrigo.
No clube desde o início de 2013, o defensor foi fundamental no bicampeonato brasileiro e na conquista do Mineiro de 2014. Porém, reconhece que atravessou fase ruim neste ano, que ele garante ter ficado para trás: “Foi um mês e meio, talvez dois, em que as coisas não estavam dando certo. Mas, depois da chegada do Mano, a equipe ficou mais equilibrada e todo mundo cresceu, não só eu. Isso é importante para terminar o ano bem, como desejamos.”
Com contrato até dezembro, o camisa 4 vinha evitando falar sobre renovação, até pelas situações que a equipe viveu até aqui. Agora, faltando pouco para acabar a temporada, ele revela o desejo de permanecer: “Sempre amei estar aqui, jogar no Cruzeiro. Entro procurando fazer o melhor, mas às vezes as coisas não saem como a gente quer. O importante é nunca desistir. Espero estar aqui muito tempo”.
Fonte: Super Esportes