Cidades

Saúde indígena tem R$ 120 milhões para atendimento em MT, o maior do país

Foto: Sandra Carvalho

Reinaldo Fernandes

Mato Grosso tem o maior orçamento para atendimento de saúde exclusivo a povos indígenas. Os cinco Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dsei) instalados em regiões polos somam um montante de R$ 120 milhões de orçamento para trabalhos neste ano. Os números são da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), órgão que tem status de “mini ministério” dentro do Ministério da Saúde.

O orçamento mais vultoso é administrado pelo Dsei de Cuiabá, que tem caixa de R$ 40 milhões, considerando apenas os recursos destinados para a prestação de serviços, que vão de arquitetura a tratamento dentário. O distrito de Xingu recebeu neste ano R$ 32 milhões. Logo em seguida estão os distritos de Canarana e Colíder (Kaiapó Mato Grosso), cada um com destinação na faixa de R$ 19 milhões. O Dsei do Araguaia administra neste ano recurso de R$ 10 milhões.

“Mato Grosso tem uma situação boa na comparação com outros Dseis do Brasil. Os de Mato Grosso têm uns dos maiores orçamentos para atender índios aldeados em lugares mais remotos. Nenhum índio cadastrado hoje no levantamento da Sesai deixa de ser atendido, conseguimos chegar a lugares distantes, levando atendimento de saúde para os povos indígenas”, diz o titular da secretaria, Rodrigo Rodrigues.

Mato Grosso tem hoje uma população de 40,9 mil indígenas cobertos pelos cinco distritos e 43 etnias. O maior deles concentra 17,4 mil índios xavantes em uma área que abrange 12 municípios. O segundo maior está Cuiabá com 7 mil registrados no Dsei, com 16 municípios cobertos pelo distrito. Os números são da Sesai, disponíveis no site do Ministério da Saúde. Ao todo, há hoje cerca de 60 mil indígenas em Mato Grosso.

Conforme o secretário Rodrigues, os atendimentos à saúde são realizados por equipes multidisciplinares que acompanham diariamente a demanda de indígenas em locais de reservas. Cada equipe é composta por 12 profissionais com variedade de áreas de acesso aos povos.

“Nós temos hoje equipe multidisciplinar com profissionais de formação de arquitetura, engenharia, psicólogo, médico de clínica geral e dentista, por exemplo”. O grupo vai para as aldeias e fica 15 dias para fazer o acompanhamento da saúde, e depois é substituído por equipe, que fica lá outros 15 dias”, explica.

Segundo ele, os povos indígenas passam hoje por fase de “adaptação” imunológica. O contato com a população urbana e adesão ao estilo ocidental levou ao desenvolvimento de doenças, para as quais o organismo deles não possui defesa.

“Os tipos mais comuns de doenças dependem muito da localidade e da etnia. Mas podemos dizer que há em Mato Grosso um alto índice de diabetes dentre os indígenas Xavantes (em Barra do Bugres, Campinápolis e Primavera do Leste), por exemplo. Eles não tinham em sua culinária o uso do açúcar, e passaram a consumir depois de contato com o ‘homem branco’. Isso levou ao desenvolvimento da doença. Há doenças mais simples a qual eles também não possuem resistência por o ambiente em que vivem não ao desenvolvimento da doença. É o caso da gripe, que ocorre principalmente entre os povos de contato recente com a cultura urbana”.

Reinaldo Fernandes

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