Relatório da Polícia Federal, na Operação Lava Jato, aponta que o empresário José Eugênio de Jesus Neto, diretor financeiro das empresas de Duda Mendonça, é suspeito de ter intermediado ‘dinheiro ilícito em espécie’ para o ex-marqueteiro do PT. A Lava Jato identificou duas entregas de valores operacionalizados pelo Setor de Operações Estuturadas, o departamento da propina da Odebrecht, a José Eugênio de Jesus Neto em um hotel, em São Paulo.
O publicitário foi absolvido da acusação de crime de lavagem de dinheiro na Ação Penal 470 – o processo do Mensalão. Em 2012, o Supremo Tribunal Federal absolveu Duda. Os ministro concluíram que ele não teria como saber se era ilícita a origem de R$ 10,3 milhões que recebeu em 2002 na campanha de Lula ao Palácio do Planalto. Por sete votos a três, o marqueteiro foi absolvido do crime de lavagem e, por nove votos a um, do crime de evasão de divisas.
Segundo o relatório da Lava Jato, José Eugênio é ‘suspeito de ter recebido valores espúrios’. Em delação premiada, a secretária do alto escalão da empreiteira Maria Lúcia Tavares afirmou que o ‘departamento de propinas’ da Odebrecht era responsável por efetuar pagamentos de verbas desviadas de contratos da Odebrecht com a Petrobrás.
“Há indícios de recebimentos de valores supostamente ilegais, pelo sr. José Eugênio de Jesus Neto, num hotel situado em São Paulo. O suposto recebimento foi, em tese, operacionalizado pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht”, aponta o documento.
“O sr. José Eugênio é suspeito de ter sido apenas intermediário da transferência de dinheiro ilícito em espécie para José Eduardo Cavalcanti de Mendonça (Duda Mendonça), em razão do vínculo direto que possuía com ele e, sobretudo, pelo fato notório de que Odebrecht realizava pagamentos ilícitos com finalidade de financiamento eleitoral”, atesta o relatório da Polícia Federal.
“Duda Mendonça foi marqueteiro do PT (Partido dos Trabalhadores) foi acusado de ter recebido, pelos seus serviços, por meio de Offshores nas Bahamas.”
José Eugênio foi alvo de mandado de condução coercitiva na Operação Omertà, 35.ª fase da Lava Jato que pegou o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda/Casa Civil – Governos Lula e Dilma) em 26 de setembro.
O empresário estava ‘fora do País prestando seus serviços em Portugal e Polônia’, segundo sua defesa. Ele prestou depoimento em 21 de outubro na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo.
A reportagem procurou a defesa de Duda Mendonça e de José Eugênio Neto. O espaço está aberto para manifestação.
Fonte: Estadão