O presidente do Sindicato dos Investigadores da Polícia Civil de Mato Grosso (Siagespoc), Cledison Gonçalves da Silva, repudiou, por meio de nota, as retaliações que estariam sofrendo o investigador de polícia Marcos da Conceição Amorim, lotado no Cisc Planalto, por ter denunciado condições de trabalho insalubres naquela unidade policial.
“Nós somos testemunhas de que o investigador contou apenas a verdade, pois ao sermos procurados por ele para mostrarmos o estado das instalações do Cisc Planalto, constatamos a veracidade dos fatos, convocamos a imprensa e denunciamos a situação”, afirma Cledison Gonçalves.
O sindicalista diz que não iria imaginar que o investigaria iria sofrer retaliações. “Tão logo foi publicada a denúncia, o policial foi afastado do cargo que ocupava e o designou para a função de registro de inquéritos, uma atividade própria de escrivão de polícia, não de investigador”, relata o presidente do Siagespoc.
Cledison Gonçalves considera informa que o tratamento que está sendo dispensado a Marcos Amorim será denunciada à Diretoria Geral da Polícia Civil e ao Ministério Público Estadual (MPE). “Iremos às últimas consequências em defesa do policial perseguido por ter falado a verdade e o sindicato agirá para preservar os direitos do investigador. Já convocamos nossa assessoria jurídica para que sejam tomadas as providências cabíveis”, informa o sindicalista.
No dia 10 de outubro passado o Circuito Mato Grosso denunciou as condições precárias do Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) do bairro Planalto, em Cuiabá (MT), o que estaria representando um risco à saúde e segurança dos servidores e moradores vizinhos. Lixo, entulho e água parada fazem parte da vista do pátio no interior da unidade, representando um berçário da dengue – o que traz risco a trabalhadores que laboram diariamente no local, além, é claro, da sociedade no entorno.
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Em nota, a Polícia Judiciária Civil informou que até o momento não foi comunicada formalmente pelo Sindicato dos Investigadores da Polícia Civil de Mato Grosso (Siagespoc), em relação aos supostos fatos narrados em nota divulgada nesta quinta-feira (27) referente a 2ª Delegacia de Polícia de Cuiabá (Carumbé / Planalto).
Segue a nota:
Por previsão legal, o remanejamento de policiais dentro da unidade é ato discricionário do delegado titular e deve ser pautado pelo interesse técnico e às necessidades de adequação ao serviço desenvolvido no local. Diante de eventual discordância, o servidor deve solicitar a revisão do ato que poderá ser revisto, ou não, pela Administração Pública.
A Polícia Civil reitera que é pautada pelos valores da ética, dignidade, compromisso social e institucional, imparcialidade, e busca contínua pela qualidade na prestação de atendimento à sociedade mato-grossense, buscando agir com urbanidade e respeito com a população e com os valorosos servidores da Polícia Civil (delegados, escrivães e investigadores).
Reformas na unidade
Em relação às condições estruturais da 2ª Delegacia de Polícia (Carumbé/ “Cisc Planalto”), a necessidade de melhorias na estrutura da unidade é reconhecida pela Polícia Civil e pela Secretaria de Segurança Pública (Sesp), onde tramita em fase final um processo para reforma da estrutura do local.
Orçado em R$ 518 mil, o projeto foi recentemente aprovado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Condes) e prevê a reforma e reestruturação de todas as dependências da Delegacia.
A previsão é que as obras iniciem no primeiro trimestre de 2017.
Mais de uma dezena de delegacias de polícia já foram inauguradas e/ou reformadas nos últimos meses em todo o Estado de Mato Grosso – mesmo diante de um cenário de crise econômica. As novas obras respeitam regulamentação padronizada em todas as unidades, para melhor atendimento às vítimas, testemunhas e servidores.