Política

Malouf nega saber a origem dos valores recebidos de empréstimo

Foto: Ahmad Jarrah

O empresário Alan Malouf, sócio do buffet Leila Malouf, foi apontado na Ministério Público Estadual (MPE) como responsável por lavar dinheiro público desviado e por receptação qualificada. Nesta segunda-feira (24), ele respondeu por meio de uma nota, que não tinha conhecimento dos valores que recebeu a título de empréstimos e que não tem contratos com governos passados, nem com o atual.

Em nota ele diz que não tinha ciência da origem dos valores tomados dos ex-secretários Pedro Nadaf (Casa Civil) e Arnaldo Alves (Planejamento). Valor esse que totaliza R$1,5 milhão. Segundo o réu confesso, Nadaf, em colaboração às investigações contou ao MPE que esse dinheiro seria da propina recebida por ele próprio e por Arnaldo, que teria sido lavada pelo empresário. Nadaf disse que a parte que lhe pertencia teria ficado com Malouf, por “saber investir e fazer o dinheiro render”.

No esclarecimento de Alan, ele alega que já foi apresentada uma garantia real dos valores tomados por ele a título de empréstimo e, ainda destaca, que vem colaborando com as investigações ao comparecer espontaneamente para dar suas explicações. Malouf ressaltou também que a sua atividade empresarial “foi direcionada à iniciativa privada, não tendo contratos licitados com a gestão dos Governos passados, inclusive o atual”.

Sobre outras questões Alan Malouf diz que serão enfrentadas em sua defesa no decorrer da ação e que é de seu interesse que os fatos sejam esclarecidos, e disse estar à disposição das autoridades.

Ele foi denunciado junto a outros 16, na quarta fase da operação Sodoma. Na denúncia, a promotora, Ana Cristina Bardusco, relata que o empresário lavou cerca de R$2,1 milhões. O dinheiro é oriundo da desapropriação fraudulenta de um terreno que custou R$31,7 milhões aos cofres públicos, no bairro Jardim Liberdade. Cerca de R$ 15,8 milhões teria sido o “lucro” da organização criminosa.

Ao MPE, Alan Malouf negou a lavagem de dinheiro, mas confirmou estar com o valor, que esclareceu ser oriundo de empréstimo que fez com o ex-secretário, ao qual pagaria 1% de juros ao mês.

Leia mais: Silval, Nadaf e Cursi voltam a ser denunciados pelo MPE

Alan Malouf e Piran Júnior entregam passaportes e recebem medidas restritivas

Confira a nota na íntegra:

Acerca das notícias veiculadas em relação ao empresário Alan Malouf, esclarecemo

1.    Alan Malouf não tinha ciência da origem dos valores tomados junto aos ex-secretários Pedro Nadaf e Arnaldo Alves;

2.   O empresário vem colaborando com as autoridades, tanto que compareceu espontaneamente para narrar os fatos da forma como se deram, efetivamente;

 3.    A defesa ainda informa que o empresário já apresentou junto ao Juízo da Sétima Vara Criminal, uma garantia real dos valores tomados a título de empréstimo;

 4.    As demais questões postas, serão enfrentadas em sua defesa, no decorrer da ação penal;

5.    Ressaltamos que a atividade empresarial de Alan Malouf sempre foi direcionada à iniciativa privada, não tendo contratos licitados com a gestão dos Governos passados, inclusive o atual;

 6.    Vale salientar que é de total interesse do empresário que os fatos sejam esclarecidos e, por isso, reitera que continuará à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos, confiando plenamente na Justiça.

Valquiria Castil

About Author

Você também pode se interessar

Política

Lista de 164 entidades impedidas de assinar convênios com o governo

Incluídas no Cadastro de Entidades Privadas sem Fins Lucrativos Impedidas (Cepim), elas estão proibidas de assinar novos convênios ou termos
Política

PSDB gasta R$ 250 mil em sistema para votação

O esquema –com dados criptografados, senhas de segurança e núcleos de apoio técnico com 12 agentes espalhados pelas quatro regiões