Foto Ahmad Jarrah
A Prefeitura de Cuiabá realizou, na manhã desta quarta-feira (19), a retirada de 15 famílias que invadiram uma área de preservação permanente no bairro Despraiado, em Cuiabá. A ação, feita em parceria com a Polícia Militar, partiu de uma denúncia realizada nesta terça-feira (18), mesmo dia em que a ocupação irregular teve início. Por ser uma invasão recente, o munícipio teve autonomia para operar instantaneamente, cumprindo um desforço imediato que impede o agravamento da infração.
“Com o auxílio da população, que tem nos ajudado a fiscalizar este tipo de irregularidade, fomos capazes de agir imediatamente de forma preventiva, evitando que a Área de Preservação Permanente sofresse danos irreversíveis”, observou o secretário municipal de Ordem Pública Eduardo Henrique de Souza. Segundo ele, árvores foram derrubadas, e uma limpeza foi feita em parte do terreno, o que consiste em crime ambiental. “A denúncia nos permitiu intervir a tempo, tornando possível a recuperação do terreno em tempo hábil”.
Nos últimos três meses, outras 26 áreas da Capital foram invadidas por grileiros. De acordo com um estudo feito pela pasta de Ordem Pública, a grande quantidade de ocupações irregulares em um período tão curto, possui relação com período eleitoral. Para o gestor municipal, existe uma dificuldade maior em realizar reintegrações de posse em anos de eleições e por pressões populares e políticas, os responsáveis por encabeçar as invasões julgam esta época como a de melhor “flexibilidade” para manter-se em terrenos de maneira irregular.
Nesta terça-feira (18) o Circuito Mato Grosso foi até a região onde a ocupação estava sendo feita e conversou com os grileiros. Cerca de 15 pessoas, supostamente sem-tetos teriam chegado no local no domingo (16), e de acordo com uma moradora da região, de carro e até caminhão de mudança.
O suposto proprietário da área, identificado como Wanderlei Carneiro de Morais, tentou diálogo com os invasores, mas não obteve sucesso. O proprietário mostrou aos sem-tetos a documentação do terreno, contudo os grileiros não abriram diálogo.
De acordo com um dos grileiros, não havia nenhuma instituição, nem comando político por de trás da invasão. Ele afirmava ainda que as famílias queriam apenas um local para morar. “Esse terreno serve de depósito de animais mortos, para jogar entulhos. Agora, que estamos aqui limpando, eles querem nos tirar”, disse.
A reintegração de posse, que aconteceu de forma pacífica e tranquila, compreendeu também outra ocupação irregular próxima, onde o grileiro já residia na APP há seis anos, com energia elétrica e luz. “O ocupante estava instalando um restaurante na área, mas foi interceptado a tempo. Agora ele possui o prazo de 24 horas para se retirar do espaço e vai responder por crime ambiental”, concluiu Noelson Dias da Silva, secretário-adjunto de Fiscalização da Secretaria Municipal de Ordem Pública.
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