Política

Cristovam Buarque: “Sou a favor da medida provisória do Ensino Médio e das PPPs”

Foto: Ahmad Jarrah 

Defensor da educação, o senador Cristovam Buarque afirmou que é a favor da Medida Provisória do Novo Ensino Médio e da Parceria Público Privado (PPPs). Segundo ele, a medida ‘vai no bom sentido’ ao permitir que o aluno faça sua escolha de qual disciplina quer estudar e as PPPs não podem ser vistas como ‘tudo que é do Estado tem que ser público’. Quando são privadas, a chance de serem melhores é maior, explicou durante uma entrevista coletiva em Cuiabá, nesta segunda-feira (17).

“Muita gente critica, mas se mudassem um projeto de lei nós nem estaríamos falando sobre isso aqui. Ninguém estava nem sabendo que entrou um projeto de Lei no congresso. Medida provisória tem prazo e todo mundo fala. Além disso, vamos ter que resolver rápido. Alguns dizem que é preciso debater mais, mas nós já debatemos a mais de 20 anos. Em outros países debateram tanto que já estão em outra dimensão, então eu fico satisfeito”, defendeu.

Cristovam disse que acredita que o único ponto que deveria ser revisto era o número de escolas que ofereciam o ensino integral. O número seria muito baixo na visão do senador. “Se for criticar alguma coisa é que são poucas escolas, são 500”, apontou. Ele afirmou que a escola se tornaria mais atrativa para o aluno. “A gente tem que dar mais liberdade para o aluno escolher, pois aí ele vai gostar mais da escola quando ele estuda o que ele quer. Vai aprender mais, vai haver mais tempo para se dedicar aquilo que ele quer. Então eu acho positivo”.

O ex-ministro da Educação, disse ainda que a ocupação das escolas pelos alunos é muito boa para a formação política deles e que acha um erro o Governo tomar as escolas dos estudantes. “Deixa os meninos lá protestando isso é bom para a formação deles”. A medida foi apresentada pelo presidente Michel Temer no dia 22 de setembro e flexibiliza os currículos dos professores, ampliando progressivamente a jornada escolar.

As matérias de português e matemática serão os dois únicos componentes obrigatórios nos três anos do Ensino Médio e os demais componentes curriculares serão definidos pela Base Nacional Comum Curricular, que deverá ser definida até o ano de 2017. A reformulação da etapa já estava em discussão no Congresso Nacional no Projeto de Lei 6480/2013, e agora volta em formato de MP, com o prazo de 120 dias para ser votada. Em consulta pública no site do Senado Federal, nesta segunda-feira (16), 3.223 pessoas haviam se manifestado a favor e 67.121 contra a medida.

Parceria Público Privada

O senador disse ainda que acredita que as pessoas precisam mudar a ideia de que só serve o público se estiver na mão do Estado. Segundo ele, tem cooperações do estado com o setor privado que serve ao público e que a exemplo disso é o ProUni (Programa Universidade para Todos).

“Alguém é contra o ProUni? Não. ProUni é público privado, a Universidade é privada e o governo paga. Sou favorável. Eu não vejo porque não fazer isso no Ensino Médio”, opinou. Para ele a parceria contribui para tudo, já que os alunos teriam estruturas escolares melhores. “O governo teria gastos a mais se ele tivesse que construir os prédios, manter o prédio, pois quando queima uma luz não consegue repor porque tem que fazer licitação e tal. A gente tem que mudar esse negócio de que o que é do Estado tem que ser público e o que é privado é contra o público”.

O importante, segundo ele, é ouvir a criança e o que é melhor para ela. “Eu olho a criança e o futuro do Brasil ai sim depois eu vou olhar se é do Estado ou se é particular”, finalizou.

Catia Alves

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