Cidades

“O rumo da Educação nos próximos anos será o pior possível”, prevê Sintep

“O rumo que a educação irá tomar nos próximos 20 anos será um dos piores possíveis.” A afirmação é do presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Henrique Lopes, durante o XVI Congresso Estadual do Sintep/MT.

Lopes argumenta que, caso sejam mantidos projetos como a PEC 241, Escola Sem Partido e a reforma do ensino médio haverá um achatamento dos salários dos trabalhadores, além da não garantia da gratuidade de todo processo educacional.

Ainda de acordo com Henrique Lopes, este é um momento importante para mobilizar a categoria frente aos ‘ataques’ que a educação vem sofrendo. O congresso tem como objetivo situar os trabalhadores sobre a situação política brasileira e reúne professores de todo o Estado. O evento segue até o próximo domingo (16) no Hotel Fazenda Mato Grosso, em Cuiabá (MT).

De acordo com Henrique, há um contra senso nessa discussão. “Nós acabamos de aprovar um plano nacional, que previa dobrar os investimentos na educação e agora tem uma discussão e uma atitude apontando totalmente ao contrário. É um absurdo o que está acontecendo e com certeza a classe trabalhadora se articulará para dar uma resposta,” pontuou.  

Para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), Roberto Leão, o governo Michel Temer está “trabalhando de maneira articulada em vários temas, cujo objetivo é domesticar a educação.” O professor argumenta também que o Projeto Escola Sem Partido ‘robotiza’ as crianças e a reforma do ensino médio ‘empobrece’ o currículo escolar, além de se preocupar ‘apenas em formar mão-de-obra barata’.

“A grande função da escola é preparar os alunos para vida. É necessário fazer esse debate colocando claramente as discussões sobre gênero, discussão sobre drogas, sobre raça e também sobre a politica. A escola é um lugar de fazer politica, ela não está alheia ao mundo, então é importante que os alunos saibam o que se passa no País, quais são as forças, por exemplo, que estão disputando o poder,” explicou.

A categoria é a mais mobilizada na luta pela não retirada de direitos dos trabalhadores, de acordo com Roberto Leão, que ressalta ainda a mobilização dos professores em torno de uma educação latino-americana, o que foi um dos grandes avanços nos últimos tempos.  “O objetivo da escola é trabalhar a educação sobre a ótica da cidadania, uma educação humanística, uma educação solidaria, que trabalhe as relações entre os países de uma maneira que nunca foi trabalhada, e evidentemente com a qualidade social, que a gente considera essencial na educação.”

Durante o congresso ainda serão discutidos a conjuntura política e educacional, a função social da educação e democracia, currículo escolar, planos de educação, financiamento. Serão debatidos também a questão da previdência, organização sindical e lutas nas redes municipais, a escola e o papel no reconhecimento das diferenças, inclusão, saúde do trabalhador e a formação profissional. 

Felipe Leonel

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