O desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), negou novamente o pedido em liminar (provisório) de habeas corpus do presidente do Soy Group, Walter Dias Magalhães Júnior. Ele é investigado por suposto envolvimento em uma organização criminosa que praticava estelionatos, no qual foi preso preventivamente na Operação Castelo de Areia. A decisão foi publicada nesta segunda-feira (10).
A defesa de Walter entrou com o pedido de liberdade na quinta-feira (6), alegando possível constrangimento ilegal na prisão do empresário e ainda, excesso de prazo na segregação cautelar.
“Saliento que, apesar de não delimitar e explicitar individualmente a base empírica em que se escorou para decretação da medida extrema, em especial quanto à presente do periculum libertatis, não se constata, neste momento, a presença de elementos hábeis a autorizar o reconhecimento da manifesta ilegalidade da prisão, situação esta que poderá ser modificada após a apresentação das informações pertinentes ao caso, bem como da colheita do parecer ministerial, quando poderão advir aos autos melhores subsídios para análise da pretensão deduzida pelo impetrante”, diz trecho da decisão indeferida do magistrado.
Walter foi preso pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e o Núcleo de Inteligência da Delegacia Regional de Cuiabá, unidades da Polícia Judiciária Civil no dia 26 de agosto de 2016, quando foi deflagrada a operação.
O acusado e sua esposa Shirlei Aparecida Matsuoka, tiveram mandados de prisão preventiva cumpridos no Estado de Goiás e foram transferidos para Cuiabá, em uma aeronave do Centro Integrado de Operações Especiais (Ciopaer), da Secretaria de Segurança Pública (Sesp).
Os dois suspeitos são apontados como membros da associação criminosa, que aplicava golpes utilizando o grupo Soy, para atrair investidores com falsas promessas de rendimentos a juros baixos. Nas investigações o ex-presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, João Emanuel é apontado como o líder da organização criminosa.
Na denúncia do Ministério Público foram acusados além de Walter, a esposa (Shirley) e João Emanuel, o Marcelo de Melo Costa, Lázaro Roberto Moreira Lima, Evandro José Goulart.
Leia mais: João Emanuel e mais sete viram réus em Operação Castelo de Areia
Polícia faz buscas na casa do pai do ex-vereador João Emanuel