Foto/Vídeo: Valquiria Castil
Nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira (07), dezenas de pessoas já formavam fila nas portas de agências bancárias na Capital à espera de atendimento após 31 dias da greve dos bancários. Nesse período de paralisação, os clientes tiveram diversas consequências, como o não recebimento de benefícios sociais, trabalhistas, salário, a falta da manutenção do cartão e o prejuízo com multas e juros de boletos atrasados.
A administradora Neila Brito disse compreender as reivindicações dos bancários, no entanto não concorda com a forma como o que ela chamou descaso com o cliente. “Desde que eu cheguei aqui às 7h, eu estou tentando organizar uma fila. Eu concordo que eles reivindiquem as melhorias para eles, mas a gente também reivindica melhorias no atendimento pra gente como usuários. Meu cartão venceu durante a greve e fiquei sem dinheiro, eles deveriam ao menos comunicar com antecedência”, destacou Neila.
Desempregado, Marcos Gomes Almeida passou um mês sem dinheiro porque não pôde dar entrada no procedimento do FGTS e sacar o direito social. Para garantir o atendimento hoje, às 6h30 ele já estava na porta do banco. “Nesse período a conta só acumulou e agora o jeito é pagar juros, né”, lamentou.
Já o vigilante Sidney Alvarenga tirou o dia para resolver as pendências que teve durante a greve. “Ao todo tenho tido problema nesses últimos vinte dias com prejuízos das conta pra pagar. Nessa situação de crise que estamos vivendo, nós temos um orçamento fixo para pagar uma conta, mas com a greve atrasa as contas e acaba tendo um aumento de pelo menos uns 30% no nosso orçamento”, explica.
A frentista Rosana da Silva, que também faz parte dos que ficaram desempregados, teve problemas no recebimento do PIS. Ela contou que precisou fazer empréstimo porque contava com o dinheiro para pagar uma conta. “Para não atrasar acabei fazendo um empréstimo, e de qualquer forma vou ter que pagar juros”, afirmou ela.
Os bancários de Mato Grosso encerram a greve da categoria que durou pouco mais de um mês. Os profissionais aceitaram a proposta de reajuste salarial de 8% e abono de R$ 3,5 mil ainda este ano. Com a decisão, as mais de 270 agências fechadas em todo o estado, por causa da paralisação.