Política

Grupo se reúne para limpar sujeira espalhada por candidatos

Foto: Ahmad Jarrah / Reprodução

Com Reinaldo Fernandes

Um grupo de cerca de 270 pessoas está desde as 5h da manhã deste domingo (2) de eleições municipais, divididos em mais de 27 colégios eleitorais para fazer a limpeza das ruas onde houve o derrame de santinhos dos candidatos.

A Associação Política Jovem (APJ) realiza o trabalho voluntariamente. No ano passado recolheram aproximadamente duas toneladas de propaganda eleitoral, e para este ano de 2016 têm a expectativa de recolherem cercar de três toneladas.

O presidente da associação Rafael Rabello que estava com um grupo em frente ao Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) recolheram sete sacos de lixo de cem litros de panfletos. “Hoje a nossa política está sendo muito mal acompanhada, então as pessoas com pouco interesse em política chegam para votar e encontram essa sujeira por aqui acabam dando o seu voto sem pensar, sem pesquisar o saber sobre o candidato. Então nós tentamos limpar o máximo possível para que essa pessoas tenham a oportunidade de pesquisar algo sobre em quem vai votar”, relata Rabello.

O derrame de materiais de campanha eleitoral na porta dos locais de votação, na véspera e no dia da eleição é crime. A ação está inserida no crime de boca de urna, onde a multa varia de R$2 mil à R$8 mil por propaganda indevida a pena de seis meses a um ano de detenção mais multa de 5 mil Ufirs, por crime eleitoral.

O juiz auxiliar da presidência do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) explica que a prática de jogar os impressos não é apenas crime eleitoral, mas também ambiental.  “A prática conhecida como forração ou derrama de impressos nas frentes dos colégios emporcalhando toda a cidade além de ser crime eleitoral é crime ambiental também. É vedado pelo código municipal, pelo código eleitoral e pela legislação ambiental”, atesta o magistrado.

Para a comprovação do crime basta a Justiça Eleitoral recolher o material que foi jogado nas vias próximo ao colégio eleitoral para abrir uma investigação e processo contra o candidato cujo nome estiver no impresso. Segundo Rabello, todo o material recolhido pela APJ é encaminhado ao TRE para que sejam tomadas as medidas necessárias.

Atualmente são 220 associados e, de acordo com o presidente da associação cada vez chegam mais voluntários. “Me informaram que já temos ao todo 300 pessoas envolvidas no trabalho voluntário e estão a caminho de outras escolas que não tínhamos programado, isso é muito importante para a limpeza dos acessos aos locais de votação”, afirmou Rafael.

Outros eleitores também ajudaram na limpeza das entradas dos colégios eleitorais. "Não temos nada contra os candidatos, mas não aceitamos que façam essa porcariada.  Desde o início da manhã estamos varrendo santinhos do chão. Não precisa sujar a cidade", disse um eleitor indignado. 

A ação dos voluntários deve seguir até às 11h em diversos pontos da cidade. Para acompanhar o trabalho poderá seguir através da fanpage Associação Política Jovem – APJ.

Valquiria Castil

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