Um candidato a vereador de Sorriso (a 399 km de Cuiabá) teve a candidatura cassada por compra de votos. De acordo com a decisão judicial, assinada pelo Juiz Eleitoral Anderson Candiotto, Carlos Vieira (PV) se afastou da presidência da Associação de Moradores do Bairro Jardim Amazônia para se candidatar, porém continou à frente da entidade.
Ele utilizou a Associação para doar materiais de construção para uma escola, com o objetivo de se autopromover diante da comunidade e obter votos através da ação “filantrópica”.
Além de ter a candidatura cassada, Vieira foi condenado a pagar 3 mil Unidades Fiscais de Referência (Ufir), que custam R$ 127,85 cada e são atualizados mensalmente pela Secretaia de Estado de Fazenda (Sefaz). A Representação Eleitoral foi impetrada pela coligação “Sorriso no rumo certo” e outras. Para o juiz Eleitoral, Anderson Candiotto, o candidato abusou do poder econômico e a cassação foi mera consequência do ato ilícito.
Para o magistrado, embora o candidato tenha sido desincompatibilizado formalmente do cargo, ele não o fez na prática, continuando a ser responsável pela Associação e por gerir “recursos arrecadados pela instituição, ao menos no que toca à compra e doação de vergalhões para a escola municipal do referido bairro, durante o pleito eleitoral, com vinculação expressa de pedido de voto a servidor publico municipal,” diz trecho da decisão.