Cidades

Protesto de movimentos sindicais contra ‘retrocessos’ tem baixa adesão em Cuiabá

Fotos Felipe Leonel

Cerca de 100 pessoas, entre estudantes e sindicalistas, participaram de uma mobilização na manhã desta quinta-feira (29), em Cuiabá.  O protesto contra a ‘retirada de direito dos trabalhadores’ e outros projetos que trariam ‘retrocessos’ para a sociedade, aconteceu às 8 horas, na Praça Ulisses Guimarães, na Avenida Rubens de Mendonça (do CPA).

O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde do Estado de Mato Grosso (Sisma/MT), Oscarlino Alves, minimizou o fato de poucas pessoas terem comparecido na manifestação. Para Oscarlino, o importante é demonstrar essa “indignação e preocupação que nós temos com os trabalhadores do setor privado, assim como dos trabalhadores dos serviços públicos, para a perda de direitos trabalhistas, a diminuição e a precarização dos serviços de saúde e educação, ao passo que deveria estar ocorrendo o contrário,” explicou.

Os manifestantes também protestavam contra projetos do Governo Federal, como a “Escola Sem Partido” e PL 257, que previa o congelamento dos salários dos servidores do serviço público por dois anos. Para a diretora do Sindicato dos Servidores do Departamento de Trânsito de Mato Grosso (Sinetran/MT), Catherine Suzarte, esses projetos iriam trazer um “desmonte do funcionalismo público”, além de atacar diretamente os direitos dos trabalhadores. “Nós estamos aqui para protestar e dizer que não vamos ficar parados, enquanto vemos nossos direitos sendo retirados,” afirmou.

Esse é um movimento que não acontecia ha mais de 20 anos, segundo a presidente do Sindicato dos Médicos do Estado de Mato Grosso (Sindimed/MT), Eliane Siqueira, onde os metalúrgicos também paralisaram as atividades, em todo território nacional.  Ela explica também que sindicatos em vários estados estão se organizando contra ‘ataques’ aos direitos dos trabalhadores, que foram duramente conquistados.

“Todos esses direitos que nós conquistamos, como as férias, décimo terceiro salário e jornada de 8 horas de trabalho, não foram dados pelos governos como benesses, eles foram conquistados na luta. E hoje eles estão sendo retirados, utilizando como desculpa a crise econômica”, explicou.

Os manifestantes cobram outras medidas para driblar a crise, que não implique na perda de direitos, como a tributação das grandes fortunas e a correta arrecadação do agronegócio, além da diminuição dos gastos públicos com publicidade.

“Nós ficamos refém do FEX, os grandes latifúndios enriquecem, exportam esse produto para resolver o problema da balança comercial, mas esses dividendos não voltam para o Estado na mesma proporção. Enquanto isso os trabalhadores pagam essa conta, com o imposto de renda retido na fonte. O pequeno comerciante tem lutado para pagar essa alta carga tributária nas contas de energia, luz, água e telefone,” defendeu o presidente do Sisma/MT, Oscarlino Alves. 

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Felipe Leonel

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