Política

João Emanuel e mais sete viram réus em Operação Castelo de Areia

A juíza Selma Rosane de Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, recebeu denúncia contra o ex-vereador João Emanuel (PSD), que está preso preventivamente no Centro de Custódia da Capital (CCC) desde o dia 16 de setembro. Além de Emanuel, a juíza acatou denúncia contra mais sete pessoas relacionadas à Operação “Castelo de Areia”, realizada pelo Grupo de Combate ao Crime Organizado (GCCO), da Polícia Judiciária Civil. O processo tramita na Vara Especializada Contra o Crime Organizado da Capital.

Além de oficializar o ex-vereador como réu, a magistrada determinou a instauração de um Inquérito Policial para apurar a relação de João Emanuel com a organização criminosa intitulada Comando Vermelho.

Foram denunciados também o juiz aposentado Irênio Lima Fernandes, os empresários Walter Dias Magalhães Júnior, Shirlei Aparecida Matsouka Arrabal e Marcelo de Melo Costa, além do advogado Lázaro Roberto Moreira Lima, o contador Evandro José Goulart, e o comerciante Mauro Chen Guo Quin.

Segundo a denúncia, os acusados praticaram golpes milionários, utilizando como intermediarias às empresas American Business Coporation Shares Brasil Ltda e Soy Group Holdin America Ltda. As empresas atuavam, em tese, no ramo de mercado financeiro com a captação de recursos no exterior, com taxas de juros inferiores às praticadas no Brasil, o que atraiu o interesse de investidores e empresários.

“A suposta organização criminosa tem o seguinte modus operandi: inicialmente captavam pessoas que tinham interesse em obter empréstimos com juros menores ou de investir em empreendimentos imobiliários; em seguida acertavam o valor do suposto empréstimo ou do investimento, que são sempre de valores altíssimos; firmavam pré-contratos do suposto empréstimo/investimento; e, após, solicitavam determinada quantia (sempre valores altos, proporcionais ao valor do suposto empréstimo) que, segundo eles, era necessária para a concretização do empréstimo/investimento; após receber os valores repassados pelas vítimas começavam a dar ‘desculpas’, não empregavam os valores conforme prometido e tampouco devolviam as quantias pagas pelas vítimas”, diz a denúncia.

O empresário Walter Dias Magalhães Júnior seria o líder da organização, segundo a denúncia, e para dar aparência lícita e segura ao negócio, à organização contava com ajuda do chinês Mauro Chen Guo Qin, que se apresentava como dono de um banco estrangeiro e atuava diretamente na tratativa dos empréstimos fraudulentos. Evandro José Goulart e Marcelo de Melo Costa também participavam ativamente na captação de vítimas.

A magistrada requereu ainda que mais oito nomes mencionados por vítimas e testemunhas sejam investigados.

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Felipe Leonel

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