Foto Ahmad Jarrah
Filho da política. O candidato e deputado Emanuel Pinheiro (PMDB) carrega o mesmo nome do pai, político em Mato Grosso desde a década de 60. Com 28 anos de vida pública, o candidato foi um dos principais deputados a comprar a briga dos servidores do Estado no início deste ano pelo direito da RGA (Revisão Geral Anual), e ir contra o Governo do Estado.
Hoje, candidato pela primeira vez ao executivo municipal, recebe acusações por participar do mesmo partido do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), preso há um ano pela Operação Ararath, que investigava esquemas de lavagem de dinheiro, e com o nome citado em outras operações e processos. “Eu respondo pelos meus atos. Me chamo Emanuel Pinheiro, tenho CPF, RG e endereço próprio. Ninguém põe cabresto em Emanuel Pinheiro. Sou independente”, afirma.
Emanuel já foi secretário Municipal de Trânsito e Transportes Urbanos, em 2005, na gestão Wilson Santos e deixou o secretariado por divergências políticas. Na última pesquisa do Gazeta Dados, divulgada dia 20 de setembro, o candidato Emanuel Pinheiro (PMDB) apareceu em empate técnico com o Procurador Mauro (Psol), com 25% e 24%, respectivamente.
A pesquisa ainda aponta que Pinheiro tem apenas 6% de rejeição do eleitorado. “Eu posso andar pelas ruas de Cuiabá sem ser hostilizado, sendo respeitado”, alfineta o candidato.
Isso porque, o mais rejeitado pelo eleitorado é o deputado Wilson Santos com 41%, seguido por Serys Slhessarenko com 10%, Renato Santana com 6% e Procurador Mauro e Julier Santana com 4%.
O site da revista Veja noticiou no dia 12 de setembro um golpe que Emanuel teria dado em um empresário com esmeraldas falsas. Emanuel pediu emprestado ao empresário Salim, em 1991, o equivalente a R$ 71,900. Segundo a matéria, o candidato teria entregado um lote de 600 pedras de esmeraldas avaliados em R$ 22 mil e outros com pedras maiores, avaliado em R$ 30 mil para tentar saldar a dívida. Entretanto, as pedras seriam falsas.
“Essa é uma questão particular. Não tem nada de interesse público. Uma matéria requentada, notoriamente plantada pelos nossos adversários. O próprio empresário veio a público no facebook e acabou com essa história para o desespero dos meus adversários”, disse.
Confira entrevista na íntegra
Circuito Mato Grosso: Candidato, as pesquisas apontam o senhor com empate técnico com o Procurador Mauro (PSol) nas intenções de votos dos cuiabanos. Quais as estratégias para reverter essa situação e chegar a cadeira do Alencastro?
Emanuel Pinheiro: As pesquisas refletem o que estamos sentindo nas ruas de Cuiabá. Essa receptividade. Esse entusiasmo da população com a nossa candidatura que vimos nas ruas, e o que representamos neste momento da Cuiabá dos 300 anos. Com um gestor mais humano, mais próximo da população, que se relaciona com a cidade, que se relaciona com a vida das pessoas. E que seja um prefeito sensível e humano. Então isso tem conquistado o coração das pessoas. Daqui para o fim do primeiro turno, intensificaremos esse trabalho corpo a corpo, olho no olho e que será a tônica da campanha e do nosso mandato.
Circuito: O Candidato teme a disputa no segundo turno?
E.P.: Não tenho medo. Eu tenho a população do meu lado. Não tenho máquina estadual me apoiando. Mas quem tem Deus em primeiro lugar e a população ao seu lado, nada teme. Respeito meus adversários, mantenho essa linha de respeito, de uma campanha propositiva e de alto nível.
Circuito: Como está o corpo a corpo
Emanuel Pinheiro: Eu posso andar pelas ruas de Cuiabá. Eu posso andar sem ser hostilizado, sendo respeitado. Carinhosamente recebido pela população. Cada aperto de mão, cada abraço, cada beijo que dou e que recebo da população é uma energia a mais para tocar essa campanha que é a que eu mais gosto. Do corpo a corpo, nas ruas, nos bairros, assumindo compromisso direto com a população. Isso para mim é insubstituível, do contato direto do candidato com o eleitor.
Circuito: A legislação eleitoral mudou nessa campanha. Como está sendo fazer política nesses novos moldes?
E.P.: Essa nossa geração de candidatos são verdadeiros cobaias da Legislação Eleitoral. Houve muita burocracia, uma série de dificuldades de se colocar a campanha na rua. Realmente, é uma campanha mais enxuta, mais barata e que proporciona um maior equilíbrio, mais posição de igualdade no processo eleitoral.
Circuito: O candidato declarou R$ 3 milhões em despesas contratadas, e já arrecadou R$840 mil. Acredita que conseguirá arrecadar todo montante?
E.P.: Trabalharemos para cumprir a legislação eleitoral. O que tem emperrado muitas coisas e deixado o clima de muita ansiedade aos candidatos de vereadores, é a campanha em geral. O limite é $9,2milhões, é bem provável que não arrecadaremos nem metade disso, mas se chegarmos a metade disso no primeiro turno já é muito. Estou no limite da lei eleitoral.
Circuito: O senhor acha que já está superada a reportagem veiculada pela Veja Online, em que cita o candidato como suspeito de aplicar um golpe com esmeraldas falsas.
E.P.: Essa é uma questão particular. Não tem nada de interessa público. Uma matéria requentada, notoriamente plantada pelos nossos adversários. Sou um homem de bem, nunca envolvi minha questão particular na minha publica. Nunca usei da minha pública para resolver problemas particulares. O próprio empresário veio a público no facebook e acabou com essa história para o desespero dos meus adversários. Isso é matéria já resolvida, sacramentada e privada. Nunca dei um centavo de prejuízo público ao erário. Nunca respondi processo por improbidade administrativa, nunca vi meu nome envolvido em corrupção. Então, tenho maior tranquilidade do mundo em falar sobre isso
Circuito: Não pensou que em determinado momento isso viria a tona?
E.P.: Nunca pensei, porque é um problema particular. Então tentaram forçar a barra porque não tem nada para falar de mim. E como não tem nada para falar de mim, pegam um assunto do século passado, de 1991, onde eu fui vítima de uma calúnia e provei na justiça. Porque que eles não falaram que ele não provou que na minha ação por danos morais, ele não conseguiu provar que minhas esmeraldas eram falsas. É claro que veio só agora no processo eleitoral porque sou o líder nas pesquisas para prefeito de Cuiabá. Eu tenho 28 anos de vida pública, vários mandatos de vereador, de deputado, sempre tive os maiores elogios e respeito pela minha vida pública e pelo meu mandato.
E agora, por que há disputa, começam a desviar a atenção da população e jogar essa cortina de fumaça para me colocar no nível deles. Mas que eles não me meçam pela régua deles, o que tenho a dizer sobre isso é que 28 anos de vida pública, nunca me utilizei dos meus mandatos para resolver esse problema e nenhum outro problema pessoal meu. E problema pessoal, eu resolvo com meu patrimônio e meus rendimentos.
Circuito: O senhor vem recebendo diversas críticas em relação ao Fundo de Assistência Parlamentar (FAP), muitos dizem que esse beneficio seria legal, mas imoral. O senhor concorda?
E.P.: Eu estou sendo criticado por cumprir a lei. O FAP já existia quando cheguei na Assembleia. Não fui eu que fiz a lei, é uma previdência parlamentar e eu paguei por isso. Eu contribuí. Estão me condenando porque eu cumpri a lei. Não acho que seja imoral. Já teve um processo da então deputada Serys que ganhamos do supremo, agora estamos respondendo outro provocado pelo Ministério Público Estadual e se a justiça entender que não temos o direito, não vamos tê-lo. Mas eu paguei por ele. Eu não ganhei de mão beijada, não desviei dinheiro para me favorecer, eu simplesmente cumpri a lei.
Circuito: Em seu discurso, é dito repetidas vezes que Cuiabá precisa de um prefeito “sensível e Humano”. É uma crítica a gestão Mauro Mendes?
E.P.: Não, em hipótese alguma. É um compromisso pessoal do prefeito Emanuel Pinheiro: a humildade vencer a arrogância. Especialmente a arrogância implantada pelo candidato do PSDB, pelo próprio governo do Estado que permanentemente faz um campanha agressiva, de forma gratuita, que promove a falta de respeito com a população. Nós, não. Manteremos a campanha propositiva. O meu perfil é esse: um prefeito sensível, humano, que se relaciona com as pessoas, com o movimento comunitário, que vai se relacionar com a cidade, e se preocupa com a vida das pessoas. Eu vou cuidar das pessoas em Cuiabá. E vou acompanhar a prestação de serviços públicos para que eles sejam cada vez mais humanizados eficientes e de qualidade. Chegando na casa, na rua, no bairro, ou seja, chegando na vida da população. Melhorando a vida da população. Transformando a nossa capital dos 300 anos em uma cidade mulher para se viver.
Circuito: Como avalia atual gestão municipal?
E.P.: Uma gestão que chega ao seu final bem avaliado. Toda gestão tem problemas, mas ele chega ao fim da sua gestão com mais pontos positivos que negativos. Chega com uma gestão bem avaliada, com uma casa bem arrumada, sem escândalos de corrupção. Sem denuncias graves. Vou concluir as duas UPAs (verdão e Jd. Leblon) iniciadas pela Gestão Mauro Mendes. Universalizando a saúde intermediária. Vou concluir o Novo Pronto-Socorro de Cuiabá, vou garantir e dar continuidade ao programa de pavimentação asfáltica. O que está dando certo tem que continuar e ser ampliando. Também manter essa instabilidade nas relações institucionais, porque é muito importante.
Circuito: Na propaganda eleitoral do dia 20 de setembro o candidato Wilson Santos (PSDB) associou ao senhor e seu partido a corrupção. O fato de o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) fazer parte do mesmo partido que o seu lhe incomoda? Teme essa ligação entre o partido, Silval Barbosa e a corrupção?
E.P.: Veja como estão as coisas: o rabo está abanando o cachorro. O Wilson Santos falando em corrupção? Quase o fim do mundo! Não tem o que falar de mim, ai tem que usar um aliado, um membro do meu partido que está preso. Wilson também tem um membro do partido dele que está preso, que é amigo pessoal dele, que foi secretário dele, está preso. Eu respondo pelos meus atos. Me chamo Emanuel Pinheiro, tenho CPF, RG e endereço próprio. Ninguém põe cabresto em Emanuel Pinheiro. Sou independente. E respondo pelos meus atos, se tenho correligionários que se envolveram com desvio de dinheiro público com corrupção que responsa no rigor da lei e se condenado pague pelos seus erros, no rigor da Lei. Eu respondo pelos meus atos, e eu não tenho bens bloqueados, eu não tenho uma ação por improbidade administrativa, nunca tive envolvido em atos de corrupção e nem de desvio de dinheiro público.
Circuito: Caso eleito, acredita que o governador Pedro Taques (PSDB) apoiará sua gestão?
E.P.: Eu quero que o governador apoie Cuiabá. Ele é cuiabano, tem compromisso com Cuiabá. Foi eleito com compromisso com Cuiabá e ele precisa e irá cumprir os compromissos com a maior cidade do Estado. E eu como prefeito estarei ao lado dele para toda obra, ação, projeto e programa que beneficiem a vida das pessoas que vivem em Cuiabá.
Circuito: Como deputado estadual, como avalia a vitória para a mesa diretora da Assembleia Legislativa do Eduardo Botelho (PSB)?
E.P.: A vitória do Palácio. É um retrocesso para assembleia legislativa, não de ser contra ou a favor. Mas uma candidatura dentro de um parlamento, dos legítimos representantes do povo, ela tem que nascer no plenário da assembleia e não no gabinete. E não na antessala. Isso constrange o legislativo e constrange a eleição do colegado. Mas o Botelho, como todo deputado, tem condições e legitimidade de ser presidente do parlamento. Deus abençoe o seu mandato!
Circuito: O que te credencia para ser prefeito de Cuiabá?
E.P.: 28 anos de vida pública limpos. Sou ficha limpa, sou nascido aqui, e tenho uma paixão por Cuiabá. Tenho propostas concretas para melhorar a vida da nossa população e fazer a Cuiabá dos 300 anos uma cidade muito melhor para se viver. Sou credenciado a fazer uma campanha limpa, de alto nível e uma campanha propositiva. E assim ser a nossa gestão, uma gestão verdadeira, sincera. Só vamos prometer aquilo que podemos cumprir – tanto na campanha, quanto na gestão. Sou candidato que melhor articulação tenho com o governo federal. Cuiabá tem de 3% à 5% do orçamento para investimento, o que é muito pouco para atender as demandas. Cuiabá precisa muito do Governo federal e isso é histórico. Hoje tenho dois senadores que me apoiam, o ministro Blairo Maggi, quatro dos oito deputados federais, e tem o presidente da república que é do meu partido. Então é mais um crédito que temos.
E um político que conhece na palma da mão a terra em que nasceu e que tem uma sintonia muito grande com a população. Nunca fui prefeito de Cuiabá, não vivo por ai a pedir desculpas para a população e nem sou aventureiro. Eu preciso de oportunidade – depois de estar mais maduro, experiente e com uma vida limpa, e com propostas concretas possíveis de serem cumpridas, eu coloco sobre julgamento da população o meu credenciamento para poder ser prefeito da minha cidade, e poder ser o líder do destino de 700 mil pessoas no momento simbólico e histórico que é a Cuiabá dos 300 anos.