Este é um artigo muito pessoal. Em que, por favor me permitam, usarei a primeira pessoa.
Além de empreendedor, fui empresário. Tive uma empresa muito grande no agronegócio que encerrou suas atividades em 2012.
Decidi que teria um ano sabático em 2013, mas não conseguiria nem ficar parado nem tampouco ficar sem renda. Montei um bistrô francês em Cuiabá, que funcionou por um ano – o “Carpe Diem”.
Foi uma experiência de uma vida. De presidente de uma empresa que faturava algumas centenas de milhões para um bistrô de 40 lugares. Lavava o chão, limpava banheiro, lavava louça, servia mesa, fazia compras, tudo. Só não cozinhava porque não sou Chef.
Ser empreendedor é saber se posicionar, quando deixar seu orgulho de lado e fazer o que precisa ser feito não interessa a tarefa. E tentar quantas vezes for necessário, enfrentar o trabalho que precisa ser realizado.
O passado é um aprendizado, mas não se pode ficar preso ao passado. Ser empreendedor no Brasil é viver numa montanha russa, em que você corre riscos, muito riscos. Principalmente se você for uma pessoa propensa a riscos. Os ganhos podem ser altos, e o risco é exponencialmente proporcional.
Ser empreendedor é ter desprendimento
Eu tinha uma posição invejável em meu segmento, à nível nacional. Deixei de ser presidente de uma grande empresa para lavar prato. Isso é degradante? De maneira alguma, é crescimento pessoal (palavra bonita para necessidade). Precisei fazer isso, mas não me diminuiu como empresário, como empreendedor, como profissional e muito menos como pessoa. Foi uma experiência enriquecedora. Faria novamente? Com certeza. Quantas vezes for necessário. Se tiver que vender de porta em porta para começar um novo negócio, o farei. Aliás, quando começar um novo negócio necessariamente o empreendedor tem que passar por todas as etapas do mesmo. Fazer todos os serviços que seus colaboradores executarão. Somente assim terá domínio total sobre seu empreendimento.
E o glamour?
Glamour é ter um negócio de sucesso, não interessa em que ramo (contanto que seja legal, pague seus impostos, traga benefícios à sociedade – mas estes são meus valores). Entre aparecer em coluna social e ter o cartão de crédito estourado e ter um negócio pequeno controlado, e viajar para a Europa nas férias, o que escolhe?
Ser empreendedor é ter coragem
Você tem um bom emprego, reservas financeiras, mas está cansado do chefe, quer ser dono do próprio nariz, quer empreender. Faça-o, com plano de negócios bem definido e se for algo com que você sempre pensou: – Para fazer isso eu largaria meu emprego. Trabalharia até de graça. Mas está pronto para cuidar de fluxo de caixa, folha de pagamento, impostos, compras, análise de margem, competição, etc?
Se não tem essa certeza, não é hora de empreender ainda. Fique quietinho no seu emprego seguro.
