O governador do Estado de Mato Grosso Pedro Taques (PSDB) disse em entrevista à Rádio Centro América FM, nesta manhã de terça-feira (6), que não irá autorizar um real sequer para pagamento das obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) enquanto não souber o que foi feito com o dinheiro. Durante a entrevista, Taques ainda valou sobre saúde, dificuldade econômica do Estado e a relação com o novo presidente do País, Michel Temer (PMDB).
O chefe do estado ressaltou que foi eleito para resolver problemas difíceis e que o dinheiro, que pertence aos cidadãos mato-grossenses, é seu dever administrá-lo bem. Taques disse que liberou R$2 milhões para Várzea Grande e R$8 milhões para Cuiabá, para que ambas as cidades voltem a ter mobilidade.
“Estamos resolvendo, liberamos R$2 milhões pra Avenida da Feb, muitos que passam por lá podem perceber. Aqui na Capital foram R$ 8 milhões, Avenida Prainha, do CPA e a Fernando Corrêa estão dentro do orçamento para a melhoria da mobilidade. Esses valores serão lá na frente descontados no valor a ser pago pelo VLT”, afirmou o governador.
Segundo Pedro Taques, a Assembleia Legislativa tinha uma comissão de fiscalização e indagou aos membros o porquê de não terem feito nada. “Agora vou ter que colocar tranca, taramela. Não autorizo o pagamento de um real enquanto não souber o que foi feito com o dinheiro”, garantiu. E ainda apontou as irresponsabilidades na gestão anterior com a compra de R$700 milhões em vagões. “Não vamos precisar de 40 vagões agora, precisaremos daqui a 30 anos, precisamos hoje de 30 vagões, podemos vender 15 desses, é irresponsabilidade” atesta.
Ele concorda que precisa terminar as obras, porém declara: “Não termino essa obra se eu não souber onde foi parar o dinheiro e em que condições. Esse dinheiro não me pertence, pertence ao s cidadãos”. Taques ainda admite que o acordo entre o consórcio responsável pela obra está difícil . “Sim, mas tá difícil porque fui eleito para resolver problemas difíceis, se fosse pra resolver problemas fáceis não estaria aqui. Não terminamos enquanto não souber onde foi parar esse dinheiro”.
Com relação a saúde, o governador pede desculpas aos cidadãos, mas frisa que não vai pedir paciência. “Precisamos caminhar muito ainda, com mais velocidade, mas não vou pedir paciência ao cidadão que está na fila do hospital. Cabe a mim acordar mais cedo, aos meus secretários trabalharmos mais para resolver o mais rápido possível, é o que estamos fazendo” afirmou.
De acordo com Pedro Taques, o novo Pronto Socorro de Cuiabá será entregue até 2018. Quanto à dificuldade de recursos, Taques afirma por que faz referência às Parcerias Público Privada (PPP). “Nós não temos condições de construir três novos hospitais, além desses de Cuiabá e dos 51 hospitais municipais que nós estamos ajudamos em todo o Estado. Nós temos dificuldades financeiras, por isso recorremos às PPPs”, explica.
O governador defende como tem administrado as prioridades no Estado e compara o feito com as contas que um pai de família ou uma dona de casa faz. “A questão é a receita, eu expresso o meu respeito ao servidor público, precisamos de vocês. Nós estamos fazendo a seguinte opção, primeiro os servidores, depois a saúde, terceiro a segurança e em quarto a educação”.
Ele justifica o que Mato Grosso vai susperar esse momento. “O salário não é favor do governador é um direito do servidor. Aí o cidadão diz: ‘mas o governo só pensa no servidor’. Pensa, os servidores representam na receita R$630 milhões por mês, se eu não pago e comércio como que fica? E aquele que vende fiado pro servidor? Isso pode resultar um prejuízo em cadeia muito grande”.
Sobre a relação internacional, o governador afirma que é a favor da ferrovia oceânica. “Sou favorável a bioceânica para trazer mais investidores par Mato Grosso, vender os nossos produtos. Daí o cidadão pergunta: o que eu tenho com isso? Se nós vendermos mais, criaremos mais emprego, o Estado vai arrecadar mais, construiremos mais escolas e hospitais, contrataremos mais policiais para dar mais segurança ao cidadão, é esse o nosso objetivo”.
Já sobre a relação com o novo presidente Michel Temer (PMDB), o governador é otimista com as visitas que tem feito. “A relação com o Michel Temer é bem melhor que a relação com a Dilma, em cinco meses na presidência, eu fui recebido cinco vezes. Eu sonho com resultados desses encontros, nós precisamos de menos discursos e mais recursos”, conclui Taques.