Mais um caso de injúria racial foi parar na delegacia. O ataque aconteceu numa lanchonete em Copacabana, na Zona Sul do Rio, como mostrou o Bom Dia Rio desta segunda-feira (5). O gerente do estabelecimento disse à polícia que foi vítima de preconceito e humilhado por uma cliente. No domingo passado (28) houve um caso semelhante: uma mulher foi hostilizada na Praia do Recreio, na Zona Oeste.
"Ela começou a xingar com palavras agressivas, com agressões verbais, de tudo que é forma, e com isso, ela começou a bater no vidro, insistindo em me xingar com palavras ofensivas, começou a bater no vidro, me chamou de macaco, lá fora bateu no vidro e me chamou de macaco bem alto. A própria colega dela tentando tapar a boca dela, sabendo que ela estava errada”, contou o gerente da lanchonete Paulo César.
Uma testemunha contou que as ofensas começaram dentro da loja, e continuaram do lado de fora, na calçada. Ela disse que o gerente parecia não dar importância às agressões até que a mulher o chamou de macaco, duas vezes e bem alto.
Eram 20h30 e a loja estava cheia. Os funcionários dizem que as ofensas começaram quando a cliente tentou usar o banheiro, e viu que estava fechado. O gerente chamou a polícia depois de ser xingado e o caso foi parar na delegacia.
Renata Garcez da Costa prestou depoimento, e foi liberada pelos agentes no fim da noite. Ela não quis dar entrevista.
"Eu me senti humilhado, não esperava que isso fosse acontecer no meu próprio local de trabalho, onde trabalho há 12 anos e isso não deve acontecer com ninguém", disse a vítima.
No domingo, o Fantástico mostrou uma entrevista com outra vítima de preconceito. A agente de viagem, Sulamita Mermeir. O vídeo foi gravado há oito dias na Praia do Recreio. A mulher que aparece nas imagens é a pedagoga Sônia Valéria Fernandes, que já responde na justiça por um caso de injuria contra outra pessoa. Só em uma rede social o vídeo já foi visto quase sete milhões de vezes.
Sônia foi solta depois de pagar fiança e vai responder em liberdade por crime de injúria por preconceito. Ela não quis gravar entrevista, mas afirmou por telefone que não é racista e que o vídeo não corresponde à realidade.
"Totalmente adulterado e incompleto", disse ela sobre o vídeo.
Sulamita rebate: "Minha cor não define meu caráter, quem eu sou. Não define a cor de ninguém define o caráter, quem ela é. Eu não estou querendo aparecer, eu quero só que outras pessoas que tenham passado por preconceito, percebam e não tenham medo e denunciem sim, é isso que eu quero”, disse a agente de viagens.
Fonte: G1