Manifestantes protestam contra o presidente Michel Temer na Avenida Paulista, em São Paulo (Foto: Alex de Jesus/Estadão Conteúdo)
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) liberou a realização do protesto contra o governo de Michel Temer neste domingo (2), na Avenida Paulista, em São Paulo. Segundo a pasta, a Prefeitura da capital se reuniu com representantes da pasta, que entraram em acordo para permitir o ato das frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular às 16h30, horas após a passagem da tocha paralímpica.
"A SSP esclarece que, no horário acordado, o evento de passagem da tocha paralímpica, cerimônia oficial da Rio 2016, já terá sido encerrado", afirmou a pasta em comunicado.
Movimentos contrários ao governo Temer anunciaram em redes sociais que vão fazer novos protestos neste domingo na Paulista. Inicialmente, o ato estava marcado para o início da tarde. A SSP havia informado na quinta que não iria permitir a manifestações na Paulista. Tanto a permissão quanto a alteração do horário mudaram após a reunião entre SSP e Prefeitura nesta sexta.
Forças armadas
O governo de São Paulo disse nesta sexta que não solicitou ajuda das Forças Armadas para garantir a segurança da passagem da tocha paralímpica. Um decreto do presidente Michel Temer autorizava o uso das Forças Armadas para garantia da lei e da ordem no revezamento da tocha paralímpica dos Jogos Rio-2016 nas cidades que a tocha for passar.
"Está ocorrendo uma confusão. Foi editado um decreto pelo presidente Michel Temer permitindo, em todos os locais do país, a utilização das Forças Armadas na Paralimpíada", afirmou o secretário da Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa Filho.
"Isso não quer dizer que vai haver Forças Armadas na Avenida Paulista. A tocha olímpica percorreu o estado de São Paulo inteiro, fizemos a escolta somente com a Polícia Militar. Não há a menor necessidade de as Forças Armadas atuarem na segurança da tocha paralímpica."
Série de protestos
A região central de São paulo foi palco de protestos contra o governo Temer nos últimos quatro dias. Na segunda-feira (29), os protestos foram na região da Avenida Paulista, onde a Polícia Militar jogou bombas para dispersar manifestantes. Na terça-feira (30), manifestantes bloquearam estradas e vias importantes de São Paulo pela manhã. À noite, outra manifestação na Paulista foi encerrada com a polícia fazendo usa de bombas de gás lacrimogêneo.
Nesta quarta-feira (31), após o Senado votar pelo impeachment de Dilma Rousseff, a Paulista foi palco de duas manifestações, uma a favor do presidente Michel Temer, e o outro contra a sua posse. Os manifestantes bloquearam avenida e colocaram fogo em papeis e lixo na caminhada em direção ao Centro. Uma viatura da polícia também foi atacada. Houve ataques a agências bancárias. A Tropa de Choque foi acionada para dispersar a manifestação. Uma jovem foi atingida no olho e disse ter perdido a visão.
Na quinta-feira (1º), em mais uma manifestação no Centro de São Paulo, a Polícia Militar usou bombas depois que um grupo de manifestantes passou a jogar paus e pedras.
Fonte: G1