Para o ensino de História, o professor possui uma gama de recursos que pode auxiliá-lo durante as aulas como alternativas ao livro didático e ao uso do quadro. Esses recursos são as novas linguagens no ensino de História, como o cinema, a música, a literatura e, dentre outras, os jogos eletrônicos, considerados “tecnologias” que possuem um alto potencial em sala de aula devido a elementos interativos e dinâmicos.
Considerado um novo e diferente tipo de fonte, devemos levar em conta problemáticas do ponto de vista historiográfico com a análise dos aspectos narrativos, iconográficos ou imagéticos e fonográficos. Pensando na lei 11.645/ 2008, que torna obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena no Brasil, temos jogos que abordam as temáticas indígena e afro-brasileira, tanto em eventos ao redor do mundo como no Brasil. Um exemplo mais evidente e perto da realidade amazônica é o jogo do gênero aventura e quebra-cabeça Huni Kuin: os caminhos da jiboia, produzido no Brasil pelo coletivo de produção audiovisual Beya Xinã Bena, que discute cosmologia, grafismos e histórias da etnia indígena Huni Kuin que vive no Estado do Acre.
Há também o jogo de gênero RPG (Real Playing Game) Aurion: legacy of the Kori-Odan, produzido e distribuído pela empresa de games da África Central Kiro’s Games. O jogo trabalha com a imaginação histórica, mesclando elementos místicos de diferentes etnias ao redor do continente africano.
Por fim, vale lembrar que as novas linguagens no ensino de História não servem para substituir a aula e nem apenas para uso meramente ilustrativo de determinada temática abordada pelo docente. Pode servir de alternativa ao ensino preso ao uso do livro didático, da escrita no quadro, contribuindo, se tiver bom uso, para a construção de aulas mais interativas e atrativas.
*Marlos Vinícius Gama de Matos é graduando do curso de Licenciatura em História da Universidade Federal do Amapá